A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, está enfrentando uma crise em sua gestão diante de uma revolta de procuradores, segundo informações do jornal O Globo" Dodge foi a responsável por levar aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer apontando questionamentos sobre a fundação criada a partir das investigações da Operação Lava Jato. No entanto, a atitude da procuradora-Geral não agradou colegas.
Dodge encara uma série de críticas pelos procuradores. Contudo, como informa O Globo, a procuradora se deparou com pedidos de renúncia.
Nestes últimos dois dias, dois auxiliares diretos de Raquel Dodge pediram demissão como forma de protesto devido a sua conduta na Procuradoria em embate à Lava Jato.
Os procuradores Pablo Coutinho Barreto e Vitor Souza Cunha, que atuavam no setor de perícias da Procuradoria, no órgão intitulado de Secretaria da Perícia, Pesquisa e Análise, pediram renúncia. O órgão dentro da PGR atuava no setor investigativo que frisava as denúncias que envolviam as investigações da Operação Lava Jato. Pablo Barreto se apresentava como chefe e Victor Cunha como adjunto.
Justificativa da saída dos procuradores
Conforme noticia O Globo, a atuação de Raquel Dodge se voltou para a agradar a classe política. Dessa forma, a procuradora teria atacado a Lava Jato e traído os propósitos da instituição.
Ainda na avaliação dos procuradores, Raquel Dodge perdeu o apoio interno do MPF e também abriu mão dos votos necessários, para que assim pudesse integralizar a lista tríplice para a recondução do cargo.
O questionamento da lista tríplice abre a discussão de que Dodge precisa estar entre os três mais votados para assumir o comando da Procuradoria.
Além do mais, o presidente Jair Bolsonaro poderá ou não reconduzi-la ao cargo, que vence em setembro deste ano.
A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) também criticou a atuação da procuradora em relação a Lava Jato. A instituição avalia que não poderia levar até o Supremo uma questão que deve ser revisada dentro do próprio MPF.
Contudo, a instituição frisa que essa atitude abre espaço para que qualquer outra instituição se vire para o Supremo a fim de questionar atos do Ministério Público Federal.
Na avaliação de procuradores, Raquel Dodge estaria cada vez mais desgastada na categoria. Em anonimato, um procurador disse ao O Globo que, ao se opor perante a Lava Jato, Dodge teria ganhado "pontos" na esfera política.