O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu uma entrevista à revista Veja, divulgada nesta segunda-feira (10), e citou os vazamentos de diálogos entre Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. Para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma "atuação conjunta" entre Moro e o procurador, onde o ex-magistrado, que foi responsável pela Operação Lava Jato, conduzia quais seriam os caminhos para que Lula fosse supostamente prejudicado em sua defesa. No entanto, Moro nega tal fato e, embora critique a invasão de privacidade, diz que as mensagens foram colocadas fora de contexto e não vê nenhuma anormalidade sobre as suas atuações.

O general Augusto Heleno também se pronunciou a favor de Moro, conforme informações da revista Crusoé.

Conforme entrevista à Veja, Marco Aurélio vê Moro com sua imagem prejudicada caso Jair Bolsonaro o indique para uma cadeira na Suprema Corte. O ministro do STF chegou a dizer que tem dúvidas da continuidade do ex-juiz no Governo Bolsonaro.

As informações das conversas entre Moro e Dallagnol foram divulgadas pelo site The Intercept e vieram de uma fonte anônima.

Marco Aurélio ressaltou que não queria estar no lugar de Moro e concluiu que "certamente não estaria". Segundo o magistrado do STF, um juiz não pode ficar se comunicando fora dos autos dos processos. "Isso é impensável", disse.

General Augusto Heleno se manifesta

Em mensagens que teriam sido enviadas a aliados, o general Augusto Heleno saiu em defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública. Para o general, estão querendo macular a imagem de Moro, sendo que a sua integridade está acima de qualquer suspeita.

Na concepção de Heleno, as pessoas tentam de todas as formas mostrar que a Justiça puniu-as de forma injusta.

Entretanto, ele assegurou que os diálogos mostram claramente que o ex-magistrado fez um trabalho honesto e imparcial.

A autoria da manifestação do general foi confirmada ao repórter Igor Gadelha, da Crusoé. Heleno também ressaltou que essas pessoas que querem complicar Moro ainda vão ser desmascaradas.

Moro se defende

Moro se defendeu nesse domingo (9) e disse que não vê nada de "anormalidade ou direcionamento" em suas atitudes nos diálogos com Dallagnol.

Nesta segunda (10), Moro voltou a falar do assunto, em Manaus, onde foi comentar sobre presídios. Conforme suas declarações, o ministro da Justiça disse que foi alvo de uma invasão criminosa, o que é algo muito grave, segundo ele. No entanto, Moro admitiu que não viu nada demais nos diálogos.