Sergio Moro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, recebeu autorização do presidente da República, Jair Bolsonaro, para tirar uma licença. Sem receber remuneração durante o período, a licença deverá durar cinco dias e servirá para que o ministro trate "de assuntos particulares". A resolução foi publicada ainda nessa segunda-feira (8), no Diário Oficial da União.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Moro estará de férias.
Durante a sua ausência, o secretário executivo Luiz Pontel será o responsável interino pelo comando do ministério. A licença de Moro deverá entrar em vigor no dia 15 de julho e se estender até o dia 19 do mesmo mês.
Entretanto, no âmbito prático, não é permitido que o ministro tire férias, uma vez que ele somente iniciou o seu trabalho no mês de janeiro. Esse é o motivo para que ele esteja tirando uma licença não remunerada. De acordo com a assessoria, tal período será usado como uma espécie de pequenas férias por Moro.
Há cerca de um mês, Moro tem sido alvo de diversas notícias relacionadas à Lava Jato, publicadas pelo site The Intercept.
Entre essas notícias é possível encontrar conversas atribuídas ao ministro e aos procuradores responsáveis pela operação.
De acordo com o The Intercept, os diálogos entre Moro e os procuradores aconteceram por meio do aplicativo de mensagens Telegram. Na época em que tais conversas aconteceram, Moro ainda era juiz federal e responsável pelos processos da Operação Lava Jato, que corriam na Justiça Federal do Paraná.
Recentemente, o ministro esteve espontaneamente na Câmera e no Senado. A sua presença em tais ambientes se deu em audiências, que contaram com a presença de parlamentares, e objetivava dar explicações a respeito do conteúdo publicado pelo The Intercept.
Nada a temer
Durante a sua fala no Senado, o ex-juiz federal afirmou que não tem nada a esconder no que tange as conversas atribuídas a ele pelo site.
Diante da Câmara, porém, ele alegou que o seu aparelho celular, assim como os das outras autoridades que aparecem nas conversas publicadas, foram hackeados. De acordo com Moro, o objetivo de hackear o seu telefone é invalidar, de maneira criminosa, todas as condenações conseguidas pela Lava Jato.
Entre as mensagens divulgadas pelo The Intercept é possível encontrar conversas a respeito do processo de Lula, nomes de ministros do Supremo Tribunal Federal, suspeitas sobre Fernando Henrique Cardoso e orientações a procuradores. Todas as conversas foram divulgadas durante o mês de junho e, ao todo, somam 5 vazamentos de mensagens relacionadas à Lava Jato.