Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha revelou que cresceu o número de brasileiros que apoiam a Reforma da Previdência, que será votada nesta semana, enquanto o percentual que se opõe caiu. O levantamento foi feito entre os dias 4 e 5 deste mês, em 130 cidades, e ouviu 2.086 brasileiros com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Entre abril e o início deste mês, o percentual de pessoas que são favoráveis às mudanças saltou de 41% para 47%, ultrapassando os que tem opinião oposta ao projeto do governo, que de 51% recuou para 44%.

O índice de entrevistados que não souberam responder é de 6% e outros 3% se mostraram indiferentes.

A mudança nos índices, tanto favoráveis quanto contrários, mostra-se presente em todas as faixas etárias, de renda familiar e escolaridade e independe da escolha partidária nas eleições de outubro do ano passado.

No entanto, a maior aprovação quanto à reforma da Previdência aparece de forma mais destacada entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em abril, os eleitores do atual presidente que apoiavam a reforma eram 55% e agora são 67%.

Por outro lado, os que são contra recuaram de 36% para 27%. Entre os eleitores de Fernando Haddad (PT), os que são a favor subiram de 22% para 25% e os que são contra passaram de 72% para 67%.

O levantamento também apontou opiniões opostas entre os gêneros. Enquanto 57% dos homens entrevistados opinaram a favor da reforma, 39% das mulheres são favoráveis a ela. Já 38% dos homens entrevistados e 50% das mulheres se mostram contrários ao projeto.

O índice de aprovação é maior entre quem tem 60 anos ou mais (54%) e quem tem apenas o ensino fundamental (51%).

Já em ternos de renda salarial, a maior aprovação está entre quem recebe 10 ou mais salários mínimos, batendo os 69%. No levantamento anterior eram 50%.

Alterações no texto da reforma

Entre o levantamento feito pelo Datafolha em abril e o realizado na primeira semana de julho, o texto original da reforma da Previdência sofreu algumas alterações.

Dentre elas a redução do tempo de aposentadoria para quem trabalha no setor privado que estão próximos de se aposentarem. Estados e municípios também foram retirados da reforma.

Nesta terça-feira (9), a proposta de reforma da Previdência entra em sua semana decisiva, quando começam as discussões do texto no plenário da Câmara. Alguns parlamentares acreditam que ainda nesta terça seja aprovado o texto-base, mas as eventuais pendências, como emendas e destaques, podem ficar para esta quarta-feira (10).

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), trabalha para viabilizar a aprovação do texto até sexta-feira (12) e busca ainda que estados e municípios sejam incluídos na fase de plenário. Governistas acreditam ser pouco provável que isso ocorra.