Nesta quinta-feira (19), a Polícia Federal deflagrou uma operação no Congresso Nacional, que teve como alvo o líder do Governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e o seu filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Diante dessa ação, o presidente Jair Bolsonaro chamou o seu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para uma reunião horas depois. Vale ressaltar que a PF está sob o comando da pasta do ex-magistrado que conduziu a Operação Lava Jato.

De acordo com informações do jornal O Globo, o encontro entre eles não estava anotado na agenda e foi decidido de última hora.

A assessoria do ministro disse para a reportagem que não sabia se a conversa entre os dois seria em decorrência dessa ação da PF.

Agentes fizeram buscas e apreensões no gabinete de Bezerra, pois há suspeitas de que ele teria cometido atos ilícitos envolvendo as obras da transposição do rio São Francisco. A defesa do senador nega qualquer ato de corrupção.

Bezerra chegou a ligar para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e colocou seu cargo a disposição de Bolsonaro. Segundo as informações, a PF apontou que o parlamentar recebeu cerca de R$ 5,5 milhões em propina desviada de obras públicas. Seu filho teria recebido R$ 1,7 milhão em propina, quando era ministro da Integração Nacional, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, autorizou as buscas e apreensões no Congresso. O responsável em entregar os supostos atos ilícitos do senador e de seu filho é o doleiro João Carlos Lyra, através de sua delação premiada.

Encontro com assessores

Conforme divulgou o jornalista Valdo Cruz, do portal G1, Jair Bolsonaro também se reuniu na parte da manhã com vários dos seus assessores no Palácio do Planalto.

O mandatário brasileiro queria saber detalhes dessa operação da PF e se o senador Fernando Bezerra, alvo da ação, teria mesmo problemas envolvendo os seus atos.

Interlocutores de Bolsonaro acreditam que se Bezerra deixar a liderança do governo no Senado, o Palácio do Planalto terá uma perda muito grande. No entanto, por um outro lado, a operação da PF desta quinta (19) pode ser vista de um lado positivo para o governo, mostrando que o presidente não aceita qualquer ato de corrupção, mesmo que envolvam aliados dele.

O lado negativo que fica é que Bezerra é um grande articulador político e tem feito uma ponte entre o governo e o Senado, melhorando as relações entre eles.

Segundo informou o G1, a expectativa é que tudo seja esclarecido e Bezerra continue no cargo, mas se algo for provado contra ele, sua permanência será discutida.