O presidente da República, Jair Bolsonaro, questionou na frente do Palácio do Alvorada, na manhã desta terça-feira (18), a atuação da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, em uma reportagem sobre o disparo de mensagens políticas pelo WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo a mídia, a forma de expressão utilizada pelo presidente foi ofensiva.

Diante da repercussão da fala de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), lamentaram nesta quarta-feira (19) as ofensas do presidente direcionadas à jornalista Patrícia Campos Mello.

Em entrevista, Bolsonaro disse que Patrícia Campos Mello "queria dar um furo a qualquer preço contra" ele. Sua fala tem relação com o depoimento de Hans River, que afirmou na CPI das fake news que a jornalista o assediou para conseguir informações. Mas, segundo os integrantes da CPI, Hans River não prestou os devidos esclarecimentos. Por este motivo, ele será convocado novamente para a CPI.

Contudo, para Rodrigo Maia esse tipo de declaração gera perplexidade e insegurança em toda sociedade brasileira, pois o respeito as mulheres, a democracia, aos jornalistas e a liberdade de imprensa é de suma importância para a sociedade brasileira. Declarações negativas ou contrárias sinaliza uma sociedade sem caráter moral, de modo que, prejudica a visão dos investidores no Brasil podendo repercutir de forma negativa no crescimento econômico do país.

Segundo as declarações de Alcolumbre ao G1, após reunião no Congresso para discutir a reforma tributária com o governador João Dória -SP, a imprensa fortalece as instituições. O presidente da Câmara ressaltou que espera que daqui pra frente as relações possam ser mais respeitosas entre o poder público e a imprensa.

Reações frentes as declarações de Bolsonaro

A fala do presidente foi motivo de manifestação por parte de várias entidades, inclusive de senadores e deputados.

Já a Associação Brasileira de Imprensa afirmou em note que o "comportamento" do presidente é "misógino" e que ele precisa de tratamento terapeútico. Ainda, acrescentou que o presidente desmerece o cargo por afrontar, também, a Constituição Federal.

Em note, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), disseram repudiar aos ataques do presidente ao repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.

Visto que Bolsonaro buscar desqualificar o livre exercício do jornalismo, de modo a, confundir a Opinião pública. Antes acrescentaram que o presidente se aproveita constantemente da presença de uma claque para atacar jornalistas.

Dentre os que prestaram solidariedade a jornalista está a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) representados pelo Observatório a Liberdade de Imprensa.