Nesta segunda-feira (17), 20 governadores divulgaram um documento no qual criticam declarações recentes de Jair Bolsonaro sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ocorrida na Bahia.
Segundo os governadores, o presidente tem se pronunciado sem conversar primeiro com os gestores regionais. Diante do fato, os parlamentares convidaram o presidente a participar de um fórum organizado para o dia 14 de abril, com a finalidade de tratar assuntos referentes a postura presidencial.
De acordo com a carta aberta, as recentes declarações do presidente têm confrontado vários governadores, no que se refere a reforma tributária, de modo que desafia aos governadores na redução dos impostos, sem ao menos conversar expressamente com os responsáveis regionais, além de declarar suas suspeitas nas investigações policiais confrontando inclusive a conduta dos policiais e seus governadores. O documento ainda destaca que tais ações não contribuem para o avanço da democracia no Brasil.
Alfinetadas entre Bolsonaro e governadores
Em um dos embates envolvendo Bolsonaro e os governadores, o presidente lança o desafio de zerar o ICMS sobre os combustíveis, de modo a, ajudar a zerar o ICMS federal para o mesmo produto.
Em outra ocasião, o presidente, alfinetou o governador da Bahia, Rui Costa, no que se refere a morte o ex capitão da Polícia Militar do Rio, o então considerado um dos chefes do Escritório do Crime, Adriano da Nóbrega, que foi condecorado por Flávio Bolsonaro na Alerj, em 2005. De acordo com o presidente Bolsonaro, a morte do miliciano tem indícios de queima de arquivo.
O governador da Bahia respondeu nas redes sociais com o retorno da alfinetada, alegando não ser ele o elo com Adriano da Nóbrega e que a polícia respondeu ao ataque provocado no tiroteio.
Diante do embate envolvendo o presidente e os governadores, a carta aberta solicita que seja observado os limites constitucionais, onde o equilíbrio, o diálogo e a sensatez sejam o eixo norteador para se encontrar o entendimento necessário, de modo a suprir os interesses do povo brasileiro.
Ao final, a carta ressalta que é preciso trabalhar junto para que assim seja possível contribuir para a vida do cidadão brasileiro de forma significativa, na busca pela redução das desigualdades sociais e na busca pela prosperidade econômica das famílias do país. Para suprir tais aspirações, o documento solicita a presença do presidente Jair Bolsonaro no próximo fórum, onde estarão os governadores dos 19 estados mais o do Distrito Federal.
O Palácio do Planalto não quis se pronunciar ao ser questionado pelo G1 sobre o teor da carta.