A rixa entre o senador Major Olímpio (PSL) e o governador de São Paulo João Doria (PSBD) ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira (4) quando o parlamentar protocolou dois pedidos de impeachment contra o chefe do executivo paulista. A briga dos dois já vem desde a época das eleições e a temperatura subiu no mês passado, quando os dois quase chegaram às vias de fato durante um evento na capital.
Um dos pedidos foi protocolado junto ao Procurador Geral de Justiça do Estado, Gianpaolo Smanio, o qual o senador acusa o governador de improbidade administrativa.
Já o outro pedido foi apresentado a Cauê Macris, presidente da Assembleia Legislativa, por Crime de Responsabilidade.
Olímpio acusa Doria de ter se utilizado de um helicóptero de uso da polícia para fins pessoais, o que caracteriza desvio de finalidade. Ele também diz que o governador cometeu crime de responsabilidade quando ordenou que a rua de sua casa fosse bloqueada para impedir o acesso de manifestantes.
O senador ainda acusa o governador de ter desviado “dezenas de policiais para o seu capricho pessoal”, além de violentar a população local ao impedir sua livre circulação sem que houvesse uma determinação judicial.
Tucano acusa senador de oportunismo
A reportagem do portal UOL entrou em contato com a assessoria do governo paulista, que por sua vez repassou os questionamentos para a assessoria do PSBD.
Em nota, Marco Vinholi, presidente da legenda em São Paulo, acusou o senador de estar sendo oportunista por criar fatos políticos que o coloque em destaque.
Vinholi classificou as denúncias sofridas pelo governador como descabidas e que evidencia o desrespeito do senador ao povo paulista “que vivem hoje a maior crise da história recente da humanidade”.
Ele ainda sugeriu que Olímpio utilize seu tempo para buscar soluções para questões sociais, econômicos e de saúde da população do que tentando aumentar suas curtidas em redes sociais.
Discussão em março
No último dia 16 de março, durante um evento da Polícia Militar, em São Paulo, João Doria e Major Olímpio travaram uma forte discussão e só não houve troca de agressões por conta da intervenção dos seguranças do govenador.
Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou além do desentendimento, o senador sentando no capô do carro do governador e ainda o chamando de fujão. Após o bate-boca, o senador foi retirado do recinto pelos seguranças.
Horas depois, o senador foi até as redes sociais dizer que os policiais estavam desde as 7 horas da manhã no local aguardando pela chegada do governador, que faria algumas imagens lá. Incomodados, alguns relataram o fato ao senador, que foi até lá ver averiguar.
Em resposta, o Palácio dos Bandeirantes disse que o governador está preocupado com a saúde dos paulistas e que o senador deveria “honrar seu mandato”.