Na última terça-feira (19), o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou lamentar que "o final da carreira de Moro seja desta forma". Na ocasião, o presidente fazia referência à entrega das mensagens entre o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e a deputada Carla Zambelli.
De acordo com informações veiculadas pelo UOL, Bolsonaro chegou a afirmar que Moro deixou a entrevista na qual anunciou a sua demissão do Ministério da Justiça e, posteriormente, enviou as mensagens trocadas com Zambelli para “o Bonner”, se referindo ao âncora William Bonner, do "Jornal Nacional".
É possível afirmar que a fala do presidente foi feita durante uma entrevista concedida ao blogueiro Magno Martins. A entrevista em questão foi conduzida através de uma videoconferência e veiculada nas redes sociais ainda no início da noite de terça-feira. Tal entrevista também foi veiculada pela Rede Nordeste de Rádio.
Também durante a entrevista em questão, Jair Bolsonaro chegou afalar sobre Rolando Alexandre de Souza, o novo diretor-geral da Polícia Federal. Na ocasião, ele afirmou que o comandante terá “carta branca” para fazer o seu trabalho e também voltou a negar que tenha tentado interferir de alguma forma nas investigações conduzidas pela PF.
A fatídica reunião ocorrida no dia 22 de abril, dois dias antes do pedido de demissão de Sergio Moro, também foi abordada na entrevista com Magno Martins.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que, para ele, alguns trechos de reunião ministral em questão não deveriam ser divulgados para o público.
Ao falar sobre isso, o presidente destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF) não deveria liberar o material citado e também pontou que ele se sente intimidado frente a uma possível reação internacional às suas falas, bem como a de seus ministros durante essa reunião em questão.
Bolsonaro comenta as afirmações de Paulo Marinho
Para além das acusações de Sergio Moro e do conteúdo da reunião ministral, durante a entrevista em questão Jair Bolsonaro também chegou a falar a respeito das acusações de seu ex-aliado, o empresário Paulo Marinho, direcionadas ao seu filho, o senador Flávio Bolsonaro.
De acordo com as afirmações de Marinho, o filho do presidente sabia de antemão a respeito de uma operação da Polícia Federal que poderia implicar alguns dos seus funcionários quando ele ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Conforme o empresário, essa informação foi fornecida à família de Jair Bolsonaro diretamente por um delegado da PF, que nutria simpatia pelo projeto político do presidente e dos seus filhos. Ao comentar sobre isso, Bolsonaro negou saber a respeito da operação e afirmou que Paulo Marinho precisará provar quem foi o delegado responsável pelo vazamento da informação.