Nesta segunda-feira (11), o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), informou que está à espera do trecho que o liga à suposta interferência na Polícia Federal a qual está sendo acusado. O trecho é parte de uma reunião ministerial que ocorreu em Brasília, no Palácio da Alvorada, no dia 22 de abril.
De acordo com Jair Bolsonaro, o que ele espera que possa acontecer é que seja extraída do vídeo somente a parte na qual, segundo Moro, ele realizou algum tipo de interferência na Polícia Federal. Ainda segundo o político, no restante do vídeo foram tratadas apenas questões relacionadas a políticas internacionais.
Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, ainda afirma não ser justo pessoas acharem que devem divulgar as gravações.
Tentando se defender, o político ainda disse que, caso estivesse durante algum tipo de evento ou conferência, o fato não seria tratado dessa maneira “bruta”, mas sim de um modo mais polido. Bolsonaro ainda indaga às pessoas se é realmente justo mostrar aquilo que estava sendo dito sobre a segurança nacional e sobre as políticas externas do país, tornando tudo público para a população. “Aí complica a situação”, ressalta, dizendo que não espera que o fato chegue realmente a se concretizar, pois ele se negou a fornecer as fitas que mostram o caso, dizendo, ainda, esperar que os outros poderes da República tratem o fato de modo responsável, como ele alega ter tratado.
No depoimento dado para a Polícia Federal ainda na semana passada, Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que o vídeo da reunião é capaz de comprovar que o presidente Jair Bolsonaro o pressionou para realizar as mudanças que queria na instituição.
Tais filmagens foram encaminhadas ao Poder Judiciário, no Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com o pedido realizado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso.
Com o recebimento das gravações, demais pessoas que estão sendo envolvidas em tal investigação podem acessá-las, como a Procuradoria-Geral da República, bem como a delegada que está responsável pelo inquérito na Polícia Federal.
PF exibe nesta terça-feira (12) o vídeo da reunião
A Polícia Federal programou para esta terça-feira (12), às 8h, a exibição do vídeo - de modo reservado - da reunião na qual o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), supostamente ameaçou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para realizar trocas nos postos da Polícia Federal.
Além da equipe responsável pelo inquérito, eram aguardados para a reunião: o ex-ministro Sergio Moro e seus advogados; Antonio Morimoto, João Paulo Lordelo Guimarães Tavares e Hebert Reis Mesquita (os três procuradores da República indicados por Augusto Aras para acompanhar as investigações); José Levi (advogado-geral da União); e Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho (juiz auxiliar do gabinete do ministro Celso de Mello).