Nesta sexta-feira (15), Nelson Teich pediu demissão do Ministério da Saúde no governo de Jair Bolsonaro. A pasta do ex-ministro informou, em nota, que Teich teria pedido demissão. Esta é a segunda saída de um ministro da Saúde em meio à pandemia causada pela covid-19.

Teich substituiu Luiz Henrique Mandetta, após conflitos do então ministro com Jair Bolsonaro. Assim como Mandetta, Nelson também teria discordado do presidente acerca de algumas medidas no combate ao coronavírus. Nas últimas semanas, foram diversas divergências, bem como quanto ao uso da cloroquina do tratamento da covid-19, ampliação de algumas atividades essenciais e plano de diretrizes para o afrouxamento do isolamento social.

Na manhã desta sexta-feira (15), Teich teria sido chamado para uma reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto. Logo após, teria anunciado seu afastamento do cargo.

Teich é segundo ministro a deixar cargo

Nelson Teich é o segundo ministro da saúde a cair no governo de Jair Bolsonaro. No último dia 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta deixou o ministério da saúde após inúmeros embates com o presidente. A saída de Mandetta foi vista de forma negativa por vários setores da sociedade.

À época, ministros, governadores e deputados manifestaram seu desacordo com a saída de Mandetta, que para muitos, conduzia o enfrentamento da pandemia com muita técnica e sabedoria. Mandetta defendia veementemente as recomendações dadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A maneira com que Mandetta conduzia a crise começou a incomodar Bolsonaro, que já havia exposto seu apoio às metidas anti-isolamento social por várias vezes. Bolsonaro defende a tese de que a economia no Brasil não pode parar e que apenas uma parcela da população deveria manter o isolamento. O apoio do presidente ao uso da cloroquina no tratamento da covid-19, mesmo sem comprovação científica, também foi um dos motivos de embate entre os dois.

Desentendimentos entre Bolsonaro e Teich

As discordâncias existentes entre Jair Boslonaro e Nelson Teich muito se assemelham aos motivos que levaram à queda de Mandetta. Em relação à cloroquina, Bolsonaro deseja alterar o protocolo do SUS (Sistema Único de Saúde), para que a cloroquina seja utilizada no tratamento da doença desde o início.

Outra divergência surgiu após um decreto assinado pelo presidente, que incluiu salões de beleza, barbearia e academias de ginástica como atividades essenciais em meio à pandemia. Inclusive, esta informação foi passada ao ex-ministro Teich através da imprensa, durante uma coletiva. Na ocasião, Teich afirmou que esta seria uma decisão exclusiva de Jair Bolsonaro.