O agravamento da crise provocada pela Covid-19 no Brasil fez com que empresários e o centrão se unissem para dar ultimato no presidente da República Jair Bolsonaro. Os discursos alinhados de Lira e Pacheco com empresários indicam a defesa de uma intervenção nos rumos que o Governo tem tomado no enfrentamento da doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Centrão e empresários se unem
Segundo informações do jornal, ocorreram 9 encontros da cúpula no Congresso, que contaram com participação de grandes representantes de bancos, do mercado financeiro e empresários.
Estes representantes estariam se unindo em um movimento político para intervir nos rumos que o governo Bolsonaro tomou em relação à Covid-19.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afinaram o discurso com o mercado e defendem a possibilidade de colocar um impeachment contra Bolsonaro em discussão.
Pressão do centrão por troca de ministros do governo Bolsonaro
Segundo o jornal O estado de S. Paulo, as exigências de maior urgência ao governo Bolsonaro são as demissões de dois ministros, Ernesto Araújo, responsável pela pasta das Relações Exteriores, e Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Nas reuniões, os integrantes defendem que o ministro das Relações Exteriores atrapalha as negociações das vacinas oriundas da China e Índia.
Em relação a Rodrigo Salles, as críticas dizem respeito ao fato de que ele é visto como um empecilho na relação com Washington, especificamente neste atual momento que o Brasil visa as vacinas excedentes dos EUA.
O jornal noticiou que interlocutores de Pacheco e Lira afirmaram que é errada a leitura de que a pressão do centrão por trocar os ministros de Bolsonaro objetivam lotear o governo.
Segundo interlocutores, o objetivo á atender a principal reivindicação do mercado e garantir uma boa imagem diante de seus novos interlocutores.
Encontro presencial
Segundo informações do jornal, um grande empresário de segurança privada, Washigton Cinel, realizou uma reunião presencial em sua casa com a companhia dos líderes do Senado e da Câmara.
A reunião aconteceu na segunda-feira (22), em São Paulo. Além disso, a reunião contou com participação remota dos empresários, Carlos Sanches (SEM), Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco) e André Esteves (BTG Pactual). Alguns dos empresários se pronunciaram por meio de videoconferência.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, interlocutores afirmaram que a reunião não teve tom panfletário e que um dos momentos mais duros do encontro foi protagonizado por Pacheco. Durante a reunião faiaram sobre os bloqueios de investimentos internos causados em decorrência da crise sanitária.
O jornal noticiou que estes encontros têm ocorrido com frequência. Alguns deles são promovidos ao menos uma vez por mês por grandes empresários.