Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, subiu o tom em discurso realizado no plenário da Casa nesta quarta-feira (24). Antes disso, Lira participou de uma reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), com o objetivo de discutir a criação de um comitê entre os Poderes para a gestão do combate à Covid-19. No discurso, Lira foi enfático ao dizer que se o Governo não corrigir o rumo, a crise pode resultar em “remédios políticos amargos” que podem ser usados pelo Congresso, alguns deles "fatais".

Lira cobra mudança de postura de governo Boslonaro

Esta foi a primeira vez que o presidente da Câmara se manifestou cobrando firmemente mudança de postura do governo em relação à crise. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, de forma indireta, Lira falou em CPIs e impeachment contra o atual governo. Isto ocorre em um cenário em que Bolsonaro tenta atrair os poderes Judiciário e Legislativo para ajudar com a coordenação da pandemia.

Lira fez seu discurso durante sessão para votar um projeto que permite autorizar deduções no Imposto de Renda para pessoas físicas e empresas que contratarem leitos privados para que o SUS use para tratar pacientes de Covid-19.

Em seu discurso, o presidente da Câmara afirmou que não tinha como objetivo “fulanizar”, mas ressaltou que estava se dirigindo a todos que estão à frente da condução no combate à pandemia.

Ele mencionou os Executivos estaduais, o Executivo federal e todos os Executivos municipais.

Lira fala em 'apertar sinal amarelo'

O presidente da Câmara subiu o tom e deu um ultimato. Ele disse que não acha justo colocar toda a culpa da crise em Bolsonaro. Entretanto, ele cobrou mudanças e que a rota seja corrigida. Além disso, Lira criticou de forma indireta a atuação de Ernesto Araújo, o ministro das Relações Exteriores.

O líder da Câmara disse que estava apertando o sinal amarelo para qualquer um que queria enxergar. Lira pontuou que o caos na saúde do Brasil deve ser um fator de conscientização para todas as autoridades do país. Ele falou que o momento atual é grave e que para tudo há um limite.

Arthur Lira pede união de todos

Em seu discurso, o presidente da Câmara cobrou união de todos e que só deveria partir para as responsabilidades individuais quando todas as possibilidades deste caminho de esgotassem.

Ele disse que os remédios políticos no parlamento são amargos e alguns deles são até mesmo fatais. Lira destacou que eles só são usados quando a “espiral de erros de avaliação” ganha proporção descontrolável.

Lira ressaltou que esta não é a intenção de sua presidência, pois prefere que as atuais anomalias se curem por si só. Entretanto, afirmou que ali é a casa do povo brasileiro e que, quando este está em risco, nenhum outro assunto é mais importante.