O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou nesta quarta-feira (24) no Palácio do Planalto sobre as medidas de enfrentamento ao coronavírus. Ele assumiu nesta semana o lugar do general Eduardo Pazuello, que deixou o cargo bastante criticado pela atuação no combate à pandemia.
A Covid-19 teve uma explosão de casos neste mês de março no país. Na última terça-feira (23), o Brasil registrou mais de 3 mil mortes em virtude da doença.
Sempre fica a dúvida de como será a atuação do novo ministro, já que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostra contrário à maioria das medidas de prevenção recomendadas por especialistas.
Responsabilidade nesse momento de pandemia
O ministro falou sobre a importância da atuação de sua pasta no combate ao vírus da Covid-19 e disse que o presidente Jair Bolsonaro optou, agora, por escolher um médico para o cargo.
"É uma grande responsabilidade assumir a gestão do Ministério da Saúde em qualquer circunstância, especialmente num momento como esse. O presidente [Bolsonaro] entendeu que deveria ter um médico à frente do Ministério da Saúde", afirmou Queiroga.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro teve atrito com governadores e prefeitos nas questões relacionadas ao tema. Queiroga pregou a união de todos os entes da federação nas ações de prevenção à Covid-19.
"A grande ferramenta para concretude das políticas públicas é o Sistema Único de Saúde, instituído com a constituição de 1988.
Ela prescreve ser a saúde um direito de todos e um dever do estado, que é garantido mediante políticas sociais e econômicas. Então, com essa ferramenta que atribui aos três níveis federativos –União, estado e município, de maneira organizada e hierarquizada– é que vamos continuar no enfrentamento dessa pandemia", completou o ministro.
Ministro aposta na vacinação contra o coronavírus
Muitas vezes tendo sua eficácia contestada pelo presidente Bolsonaro, agora, o governo parece ter mudado de ideia a respeito da vacina. Pelo menos é o que afirma o ministro da Saúde.
"Resumindo, eu quero dizer para vocês que o compromisso número um do nosso Governo é com a implementação de uma forte campanha de vacinação.
Todos sabem o esforço que foi feito para buscar vacina. Lá, há um século atrás, houve a revolta da vacina, as pessoas tinham receio de vacinas", afirmou o ministro.
O médico ainda reforçou os planos para o futuro. "Hoje sabemos que 95% da população brasileira deseja ser imunizada. E nós, os agentes públicos, temos que dar todos os esforços para que o programa de vacinação tenha concretude", completou Queiroga.
De acordo com o ministro, a meta é vacinar um milhão de brasileiros por dia contra a Covid-19. "Atualmente, vacinamos 300 mil indivíduos todos os dias e o ministro da Saúde e o governo assumem o compromisso de em curto prazo aumentar pelo menos três vezes essa velocidade de vacinação para um milhão de vacinas todos os dias. É uma meta que é plausível", finalizou o ministro.