O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa nesta quinta-feira (22) da Cúpula de Líderes sobre o Clima, evento organizado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que tem presença confirmada de 40 lideranças mundiais. Por conta da pandemia da Covid-19, o evento será feito por videoconferência, e o chefe de Estado brasileiro será o sétimo a discursar.
Ajuda financeira
Bolsonaro, de acordo com a rádio Jovem Pan, deverá reforçar o pedido de ajuda para combater o desmatamento na Amazônia, que tem crescido exponencialmente nos últimos anos, além de reforçar o aumento de recursos para a fiscalização ambiental.
Jair Bolsonaro deve adotar um discurso mais moderado, assim como fez ao enviar uma carta ao presidente americano pedindo ajuda financeira para o combate ao aquecimento global e ao desmatamento.
Bolsonaro sob pressão
Em entrevista ao portal UOL, o ex-superintendente da PF no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, afirmou que o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, era suspeito de favorecimento a madeireiros ilegais. Segundo o delegado, o ministro cometeu obstrução à investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa. No último dia 15, após enviar as denúncias contra o ministro ao Supremo Tribunal Federal, o delegado foi afastado do oficialmente.
Além disso, há pressões também por parte da comunidade internacional.
O próprio presidente Joe Biden cobra de Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles medidas efetivas de proteção ao meio ambiente, principalmente no que diz respeito ao desmatamento da Amazônia e ao combate ao aquecimento global.
A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 18 anos, que já foi chamada por Bolsonaro de "pirralha", também voltou a criticar o mandatário brasileiro ao afirmar que o Governo federal brasileiro fracassou nas medidas contra a disseminação do coronavírus e nas medidas de proteção ambiental.
Sem credibilidade
Ainda de acordo com a Jovem Pan, o coordenador do Observatório do Clima, Cláudio Angelo, ressalta, no entanto, que apenas o discurso não vai mudar a situação do Brasil. "Parece que o que vai acontecer é que o Brasil vai ficar olhando de fora os países grandes se engajarem de verdade nessa nova economia, na recuperação verdade, nesses novos negócios, enquanto a gente tenta fazer força para não retroceder em coisas que considerávamos quase superadas", disse.
Ele continua lembrando que existe uma preocupação grande dos demais países para fazer com que o Brasil se engaje nessa questão do desmatamento, uma vez que mexer em floresta seria o jeito mais fácil e mais barato de reduzir as emissões no mundo. Ele ressalta, no entanto, que não há qualquer sinalização do governo de mudanças práticas na condução da política ambiental.