A Polícia prendeu na manhã desta quinta-feira (8) o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade-RJ) e a sua namorada Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, morto no apartamento onde o casal morava no Rio de Janeiro. A princípio, a prisão é temporária, por 30 dias.

Mãe de Henry e o namorado foram presos

O pequeno Henry Borel Medeiros, de 4 anos, foi levado pela mãe e pelo padrasto para um hospital no dia 8 de março e chegou ao local com uma parada cardiorrespiratória. O casal alegou que encontrou o menino desacordado, com dificuldade para respirar e com os olhos revirados em um quarto do apartamento e alegaram que poderia ter ocorrido um acidente com a criança caindo da cama e se ferindo, e que eles estariam em outro cômodo assistindo televisão.

Um documento do Instituto Médico Legal descartou essa possibilidade, visto que o garoto possuía múltiplos hematomas na região do abdômen e dos membros superiores, além de apresentar infiltração hemorrágica em vários locais da cabeça, hemorragia no abdômen, rim dilacerado e trauma no pulmão.

Segundo o documento, a morte teria sido causada por hemorragia interna e laceração hepática causada por ação violenta. Diversos especialistas disseram que é impossível que uma criança apresente tantas lesões apenas por cair da cama, e que os ferimentos foram causados por uma ação violenta.

O vereador tentou impedir que o corpo do menino passasse por exames no IML, pedindo ajuda a um alto executivo da área da saúde para que o corpo fosse liberado do hospital direto para uma funerária.

Ao entrar em contato com o hospital, o homem ficou sabendo que isso não era possível, devido à situação da morte, por Henry ser filho de pais separados e o progenitor pedir que fosse feito o exame.

Sessão de tortura de Dr. Jairinho contra Henry

A polícia afirma que o menino era torturado pelo padrasto no apartamento em que moravam e que a mãe sabia das agressões.

Segundo investigação, o menino era agredido por Dr. Jairinho com chutes, rasteiras e golpes na cabeça e a mãe sabia dos atos violentos pelo menos desde fevereiro desse ano, mês em que a criança teria sido torturada pelo menos uma vez.

Além das novas descobertas, o casal é acusado de tentar atrapalhar as investigações da morte do menino, inclusive ameaçando testemunhas para darem as versões combinadas.

A rotina do casal está sendo acompanhada há duas semanas e os investigadores descobriram que na noite desta quarta-feira os dois mudaram de casa.

Desde o crime, Monique estava na casa dos seus pais e Dr. Jairinho na casa dos pais dele. Nesta quarta, no entanto, o vereador teria saído da casa do pai com uma mochila e buscado a namorada na outra residência, seguindo para um terceiro imóvel, onde passaram a noite.

Atitude da mãe de Henry gera desconfiança

Os investigadores estranharam algumas atitudes da mãe do pequeno Henry desde a sua morte. Monique chegou a trocar de roupas duas vezes, até que estivesse no melhor modelito, para ir à delegacia prestar depoimento. A polícia descobriu também que no dia seguinte ao enterro do filho, a mulher foi para um salão de beleza em um shopping, onde passou a tarde cuidando das unhas e do cabelo.

Além disso, foi descoberto que o casal apagou conversas de celulares após o início das investigações e podem, inclusive, ter trocado de aparelho celular, mas a polícia está usando um aparelho com software israelense para recuperar o conteúdo das mensagens.