Atual vice-líder do Governo Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) participou do programa "Pânico", da rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira (22).
Eleições de 2022
Sobre o ano que vem, foi perguntado ao deputado se ele aceitaria ser candidato a vice-presidente numa chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (sem partido). A princípio, Feliciano descartou a possibilidade.
"Não cogito isso. Depende tudo de uma conjuntura do partido. Depende dos líderes evangélicos do país, que hoje dão sustentação ao governo. Hoje, eu não cogito isso. Se fosse hoje a eleição eu seria candidato a reeleição para deputado federal ou quem sabe o Senado por São Paulo", disse.
O vice-líder do governo está em meio uma polêmica envolvendo a indicação de Claudia Mansani para comandar a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). De acordo com Feliciano, a indicação foi equivocada. "Eu não posso pactuar com uma mentira. Eu não posso pactuar com estelionato eleitoral, porque o que nós pregamos para que a eleição do presidente Bolsonaro, a eleição dele foi feita em cima de valores conservadores.
Esta senhora apoia a ideologia de gênero, essa senhora já teceu comentários contra o próprio presidente. Eu tenho documentos aqui e em uma fala dela, uma tese dela, ela chama, claro que não disse o nome dele, mas quem conhece um pouso sabe. Ela diz assim: 'temos que tomar cuidado porque somos capitaneados por novos pseudo-messias'. E todo mundo sabe que o presidente Bolsonaro foi assim chamado. Uma mulher que chama Paulo Freire de gênio e que apoia ideologia de gênero não pode estar no governo", reclamou.
Rusga com ministro e possível saída da vice-liderança do governo
A indicação de Claudia Mansani resultou num atrito de Feliciano com o ministro da Educação, Milton Ribeiro. "De repente, o ministro Milton começou insuflar dentro do ministério pessoas que tem o viés esquerdista, pessoas que falam mal do governo.
Isto tá tudo errado. Por conta dessas coisas e outras mais, eu chamei atenção dele e ele foi arrogante comigo na sua resposta e me bloqueou no WhatsApp", contou.
O deputado criticou outras pessoas do entorno do presidente. "O presidente Bolsonaro precisa ser amparado por pessoas que têm a mesma ideologia que nós temos. Eu respeito meu amigo, eu gosto do meu amigo. Luto por ele. Acredito no governo dele. Já caminhei demais para voltar atrás, não tenho como voltar atrás. Nós estamos igual Israel no meio do Mar Vermelho, atrás vem faraó. Então, acredito em Bolsonaro, mas Bolsonaro não pode estar cercado de pessoas que toda hora dão uma bolada nas costas dele. Não é só esse ministro, existem outros ministros que fazem coisas semelhantes.
A gente chama atenção e o ministro Milton simplesmente ignorou a minha fala", indignou-se.
De acordo com Feliciano, ele vai deixar a vice-liderança do governo caso a nomeação de Mansani não seja revista. "Se até segunda-feira, essa senhora permanecer no governo, eu infelizmente vou precisar entregar o meu cargo de vice-líder [do governo]", informou.