Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou mais uma vez com os internautas em suas redes sociais na tradicional live de quinta-feira. A semana tem sido agitada em Brasília, com a CPI da Covid e outras declarações polêmicas do presidente.
Decreto
Durante a semana, o presidente ameaçou a lançar um decreto, aparentemente para confrontar prefeitos e governadores que adotaram medidas restritivas para conter a circulação de pessoas e evitar a disseminação do coronavírus. Bolsonaro disse que ser achar necessário, vai realmente confrontar os mandatários municipais e estaduais.
"No dia 1º todo mundo viu manifestação espontânea da população que foi às ruas preocupada com seu futuro. Em contrapartida a isso, falei que posso baixar um decreto que apelidei esse decreto de pleonasmo abusivo. O que é o pleonasmo abusivo: aquela figura de linguagem, o leite é branco, o café é preto, o açúcar é doce, o gelo é gelado. Nesse decreto o quê que vai tá nele. Vai estar os principais incisos do artigo 5º da Constituição. E eu falei que ninguém vai contestar. Imprensa fala: 'mas o Supremo [Tribunal Federal] pode contestar'. Olha, esse decreto não pode contestar. Afinal de contas o Supremo é o guardião da Constituição. O Supremo vai contra esse dispositivo da constituição? Não tem cabimento.
Não tem cabimento isso aí. Será que é preciso fazer isso? Se fizer, o decreto vai ser cumprido. Todos os meus vinte e três ministros vão se empenhar para que o decreto seja cumprido efetivamente", disse.
Defesa do voto impresso e remédio para o coronavírus
O presidente, sem apresentar provas, já acusou o sistema eleitoral brasileiro de fraudes.
Na live de hoje, Bolsonaro voltou a pedir o voto impresso.
"Ninguém aceita mais esse voto que tá aí. Como é que vai falar que esse voto é preciso, é legal, é justo e não é fraudado? Única republiqueta do mundo é a nossa que aceita essa porcaria desse voto eletrônico. Tem que ser mudado. E digo mais, se o parlamento brasileiro, por maioria qualificada de três quintos, Câmara e no Senado, aprovar e promulgar vai ter voto impresso em 2002 e ponto final.
Vou nem falar mais nada. Vai ter voto impresso porque se não tiver voto impresso é sinal que não vai ter eleição. Acho que o recado tá dado. Não sou dono da verdade, mas eu respeito o parlamento brasileiro", disparou.
O presidente costuma comentar algumas notícias de repercussão e falou a respeito do lucro da AstraZeneca, que produz vacinas. Como em outras oportunidades, ele pediu o investimento em remédio.
"Vai aumentar o lucro [da AstraZeneca] em 2021, com toda certeza. Se a pandemia continuar, vai aumentar o lucro 2022, 2023 e 2024. Eu continuo dizendo que eu não sou cientista, não sou médico, não sou infectologista, mas devemos continuar procurando um remédio para a questão da Covid", pediu.