Guilherme Boulos (PSOL) foi entrevistado da noite desse sábado (15) no canal do Youtube do Diário do Centro do Mundo. Boulos é um nome que emergiu no espectro político da esquerda nos últimos anos. Ele foi candidato a presidente em 2018, e chegou ao segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, em 2020, quando perdeu para Bruno Covas (PSDB).
Cenário político
Boulos comentou sobre o panorama político nacional, fazendo fortes críticas contra o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Primeiro ainda tá muito cedo, nós estamos há um ano e meio da eleição.
Eu acho que o calendário eleitoral e o debate eleitoral se antecipou muito. Se antecipou primeiro porque nós não temos um governo no Brasil. Nós temos um desgoverno e um desespero da maioria da população brasileira. É acabar logo com esse pesadelo e muita gente acaba vendo na eleição o caminho pra isso. Se antecipou também por conta da decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] que correta e justa fez recuperar os direitos políticos do Lula [PT] e esse debate acabou entrando em cena e se colocando", pontou.
Mesmo com as questões relativas a eleição do ano que vem, o político acredita na possibilidade de queda do presidente Bolsonaro, antes mesmo do pleito de 2022. Boulos vê na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que apura crimes ou omissões de Bolsonaro na condução da pandemia do coronavírus, o caminho para o impedimento do presidente.
"Nós não podemos deixar que isso defina nossas prioridades e o nosso foco nesse momento. Pensando no ponto de vista nacional, o Bolsonaro tá no pior momento do seu governo. A CPI coloca uma janela real de possibilidade para o impeachment do Bolsonaro. E no meu entendimento é pra esse objetivo que a esquerda e que a oposição deve atuar no ano de 2021.
Boulos fez destaque à crise econômica vigente no país. "Nós estamos num país destroçado. Uma crise econômica e social sem precedentes. Uma pandemia conduzida de uma maneira genocida e criminosa pelo governo federal. Eu acho que nosso foco e nossa prioridade tem que tá nas batalhas de 2021 (...) seria hipócrita dizer que não vai discutir 2022.
Tá na mesa, tá na agenda política", afirmou.
São Paulo
Boulos, depois de bom desempenho na disputa pela prefeitura da capital paulista, tem aparecido bem nas pesquisas de intenção de votos para o governo do estado. O nome do PSOL vê que o domínio do PSDB na unidade da federação mais rica do país deve chegar ao fim em 2022.
"Há um cansaço completo da população de São Paulo com os trinta anos de hegemonia do PSDB. Ninguém aguenta mais o tucanato. Ninguém aguenta mais. O Dória com sua arrogância, com seu caráter marqueteiro, com a rejeição que ele construiu, a partir disso, ele apressou um desgaste que já vinha de muito tempo", criticou.