Nesta quarta-feira (9), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), participou de um culto evangélico na cidade de Anápolis (GO). No decorrer do culto, Bolsonaro chorou e questionou mais uma vez as mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Falas de Bolsonaro
Bolsonaro sugeriu no culto que o número de mortes por Covid-19 no Brasil conta com uma possível "fraude". Para o presidente, o Brasil seria o país com melhor desempenho durante a pandemia e que o número de mortes seria o menor se levado em conta o número de mortos por milhão de habitantes.
No início da semana, o presidente havia dito que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou excessos nas notificações de óbitos por conta da Covid-19 no país, o que foi prontamente negado pelo tribunal, levando Bolsonaro a se retratar pela falsa informação.
Bolsonaro também trouxe à tona novas dúvidas sobre as eleições de 2018 e, mais uma vez, defendeu a teoria de que houve fraude e que ele deveria ter vencido no primeiro turno. Esta é mais uma informação divulgada pelo seu Governo sem nenhuma prova. Nos últimos dias, o presidente insiste nesse tema e defende o uso de cédulas de papel para as próximas eleições presidenciais, em 2022.
Tratamento precoce
Outro tema bastante comentado pelo presidente durante o culto foi o tratamento precoce, com medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina e proxalutamida.
Apesar de as medicações não terem eficácia comprovada pela ciência para o tratamento da Covid-19, o tratamento é defendido fortemente por Jair Bolsonaro desde que a pandemia teve início no país. Ele defende ainda que o número de mortes no Brasil teria sido muito maior sem a aplicação desse suposto "tratamento".
Ainda durante o culto, Bolsonaro sugeriu que essas medicações seriam um milagre.
Durante seu discurso ele pediu para que os fiéis erguessem os braços caso tivessem feito uso do tratamento e relembrou que ele mesmo foi um dos que tomaram cloroquina e, devido a isso, apresentou um quadro bastante leve da doença.
Coronavírus
O Brasil ultrapassa a marca de 477 mil mortes causadas pela doença. Apesar das alegações de Jair Bolsonaro de que existem menos mortes reais do que registradas devido a fraude, um estudo publicado pela Vital Strategies durante o mês de maio mostrou o contrário. De acordo com o publicado, a falta de testes no país pode ter "escondido" pelo menos 30% das mortes ocasionadas pelo vírus, o que tornaria os números muito mais alarmantes.