Ciro Gomes, nome do PDT para concorrer às eleições presidenciais de 2022, foi convidado do canal do YouTube My News, na noite desta segunda-feira (14). Como não podia deixar de ser, na pauta, o dia a dia da política nacional.
Bolsonaro
No começo da entrevista, Ciro Gomes foi indagado a respeito do passeio de motocicletas que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), promoveu no último final de semana em São Paulo. Para o pedetista, mesmo perdendo prestígio com a população, Bolsonaro ainda tem considerável legião de seguidores.
"Preciso que a gente tenha humildade e responsabilidade para entender que o Bolsonaro representa um perigo diante do qual não podemos afrouxar o nó.
Bolsonaro está derretendo, mas ele hoje tem menos da metade dos votos que teve quando conseguiu enganar 58 milhões de brasileiros [na eleição passada]. Mais da metade disso já sabe que foi traído. E Bolsonaro é isso, é um grande traidor. Além de ser '171' completo. É um estelionatário completo. Mas ele ainda interpreta 15% a 20% do eleitorado brasileiro, o que é muita coisa para um presidente tão desastrado, sem favor, o pior presidente da história do Brasil", afirmou.
Na última semana, o presidente deu algumas declarações polêmicas. Falou que as mortes por coronavírus foram superdimensionadas no Brasil, disse que venceu no primeiro turno da eleição de 2018, dentre outras falas de veracidade contestável.
Para Ciro, a intenção de Bolsonaro é desviar o foco de questões relevantes.
"Claro que falar a verdade não significa ser grosseiro, não significa ser estúpido, não significa ser necessariamente 100% do tempo racional e reflexivo, alguma emoção, alguma paixão, algum idealismo é absolutamente normal na relação da liderança político-partidária e o conjunto dos eleitores.
Mas nós estamos falando aqui de estelionato. Estelionato grave. E tem um ponto que Bolsonaro conta um pouco com uma inclinação natural, eu compreendo, mas é preciso que a gente amadureça isso, na grande mídia brasileira. Cada vez que ele comete uma mentira dessa bastante grosseira, ele causa uma polêmica ao redor dessa mentira, mas naquele dia o assunto central era outro", opinou.
Polarizações
Em tempos de polarizações por opiniões políticas que chegam ao radicalismo, Ciro defende um entendimento das partes, após a eleição.
"O presidente da República uma vez eleito, ele é presidente de todos. E se todos são legítimos participantes do grande debate brasileiro, cabe ao presidente anotar a questão, estabelecer um método, convocar de forma legítima todas as expressões que há interessadas em discutir esse ou aquele outro tema, e nenhum deles deve ser tabu e nenhuma reflexão de ser impedida sobre qualquer tipo de coisa", defendeu.