No último dia 26 de maio a CPI da Covid aprovou a convocação do empresário Carlos Wizard, suspeito de ter participado do suposto ''gabinete paralelo'' formado por pessoas que teriam aconselhado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia. O depoimento está marcado para acontecer nessa quinta-feira (17). Porém, segundo informações da colunista Josette Goulart, da revista Veja, desde que a convocação foi aprovada, os técnicos do senado vêm enfrentando dificuldades para entrar em contato com o empresário, que não responde às mensagens enviadas para seu WhatsApp e não atende as ligações.

Ausente na CPI, mas presente nas redes sociais

Embora indisponível para comissão, Wizard continua ativo em suas redes sociais. Para celebrar o Dia dos Namorados, realizou uma live na noite de domingo (13) em seu perfil no Instagram junto da esposa. Acompanhados de outro casal, os dois conversaram sobre amor e relacionamento, com o tema “Fé, Propósito e Família”. “O amor nunca falha”, disse o empresário citando uma passagem bíblica.

Já nesta segunda-feira (14), realizou outra live no canal do YouTube Escola da Vida. Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, ao saber da live, publicou em seu Twitter que iria assistir à transmissão e mandou um recado para o empresário. ''Sr.Carlos Wizard, estaremos lá, na sua live, para lhe lembrar do seu compromisso nessa quinta-feira (17) na CPI da Covid.

Até logo'', postou o senador.

Advogados pedem depoimento online

Ainda nessa segunda-feira, a defesa do empresário pediu à CPI que o depoimento de Wizard á CPI fosse feito de forma virtual, alegando que ele se encontra nos Estado Unidos desde 30 de março, acompanhando tratamento médio de familiar.

"Se o requerente [Wizard] deixar o território americano para atender a convocação dessa importante Comissão Parlamentar, não poderá retornar de imediato por conta das restrições de entrada impostas pela Ordem Executiva de 25 de janeiro de 2021 da Presidência da República dos Estados Unidos", acrescentou a defesa.

Plano B

O depoimento de Carlos Wizard é de extrema importância para andamento da comissão. O empresário deve esclarecer as declarações que fez à revista Veja em abril desse ano quando defendeu que o setor privado pudesse comprar a vacina contra Covid, que estaria disponível no mundo, mas insinuou que coisas estranhas aconteciam para impedir que o governo as comprassem.

O presidente da comissão, Osmar Aziz (PSD-AM), no entanto, já havia dito em outra oportunidade que não abrirá precedentes para depoimentos online, quando o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello alegou não poder comparecer ao depoimento por suspeita de Covid. Para evitar perda de tempo, Osmar já encaminhou a convocação para o mesmo dia o servidor do TCU que supostamente elaborou um relatório sobre fraude do número de óbitos da pandemia. O relatório foi citado pelo presidente Bolsonaro no último dia 7, em conversas com seus seguidores no Palácio da Alvorada.