O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI (comissão parlamentar de inquérito) da Covid, que apura eventuais crimes ou omissões do Governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no enfrentamento da pandemia do coronavírus, foi entrevistado nesta sexta-feira (4) pelo professor, historiador e comentarista político Marco Antonio Villa. A conversa foi transmitida no canal do YouTube do professor.
Ataque dos bolsonaristas
É comum ver contra qualquer pessoa que se oponha de alguma forma ao governo Bolsonaro ataques do presidente e também através das redes sociais.
Não é diferente com os membros da CPI. Omar Aziz também é alvo dos bolsonaristas, pesando contra ele acusação de desvio de dinheiro público. Segundo o senador, as denúncias não são uma realidade. "Acusações tem, provas não tem absolutamente nada. Esse processo está aí há seis anos e eu nunca fui denunciado. Diferente de muitos aliados que ele [Bolsonaro] tem, que ele não fala deles, mas que têm muito mais denúncias comprovadas que a minha. Mas aqueles que estão do lado dele, aqueles são intocáveis, são honestos, são gente boa, vem de boa família, têm uma boa criação", ironizou.
Aziz reclama da postura do presidente. "É muito pequeno para um estadista, você pegar em uma live, e como ele tratou essa doença, fala por si só.
Brincando, 'gripezinha', 'tá com medo da Covid?', 'manda sua mãe comprar vacina' [citando falas anteriores de Bolsonaro]. É dessa forma que ele vem tratando essa doença. E a gente não esperava outra forma dele tratar alguns componentes da CPI da forma que ele vem tratando. Isso é coisa natural. Eu acho que o presidente não precisa perder tempo comigo.
Eu estou fazendo o meu trabalho e eu espero que ele faça o trabalho dele, do ponto de vista que possa salvar vidas. Ontem, mais de duas mil mortes novamente no Brasil, quer dizer, os números recaem nas costas dele e não é na minha. Ele que é o responsável por isso, não sou eu", pontou.
União contra o coronavírus
O senador afirmou que a politização em torno do enfrentamento da pandemia da Covid-19 atrapalha as ações do governo federal.
"Por que nós agora, centro, direita e esquerda não podemos nos unir para combater o vírus? Ele é o inimigo comum do povo brasileiro, do mundo. Então, não tem ideologia. Não pode ter esse tipo de ideologia. 'Eu não quero nomear a doutora Luana [infectologista que depôs na comissão esta semana] porque ela ideologicamente não compactua com minhas ideias'. Pelo amor de Deus! Não pode", argumentou.