O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já acumula mais de cem pedidos de impeachment. Nesta segunda-feira (5), o partido Novo é mais uma força política que se manifestou a favor do afastamento do presidente do cargo, alegando que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade.

Alegações do Novo

De acordo com nota divulgada pelo Novo, o afastamento de Bolsonaro se justifica após análise técnica de juristas, discussões internas e reflexão sobre os acontecimentos. O Novo afirma que houve omissão e péssima gestão na pandemia do coronavírus, sobretudo na demora na aquisição das vacinas.

Segundo a sigla, apesar da crise global, o problema no Brasil foi agravado pela incompetência do Governo federal e os trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado Federal apontam para Corrupção e possível prevaricação de Bolsonaro.

A nota do partido segue criticando o presidente, dizendo que ele estimula aglomerações em plena pandemia, receitou remédio sem eficácia, dissemina desinformação das vacinas contra a Covid-19, dentre outros equívocos. O Novo também é contra o conflito fomentando constantemente entre prefeitos, governadores e Planalto, o que resultou num combate menos eficiente do vírus.

As interferências de Bolsonaro na Polícia Federal e Abin (Agência Brasileira de Inteligência) reforçam o pedido de impeachment do Novo.

Segundo o partido, as mudanças são para defender o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, suspeito de comandar um esquema de rachadinhas (devolução de dinheiro de assessores) na Assembleia do Rio de Janeiro.

Fernando Holiday

Filiado recentemente ao Novo, o vereador de São Paulo Fernando Holiday apoia a posição de seu partido.

Para Holiday, as investigações da CPI da Covid mostram o crime de prevaricação de Bolsonaro. "Considerando a falta de evidências, que o presidente realmente agiu para investigar, e considerando que ele mandou para a Polícia Federal [as informações] só depois da CPI ter analisado os fatos, portanto, final de junho, quando a denúncia foi levada para ele em março, isso significa que sim, o presidente prevaricou e cometeu crime de responsabilidade", acusou.

Segundo o vereador, a interferência em órgãos de investigação também está clara. "E por fim, nós temos o caso da Abin. As trocas de WhatsApp entre o diretor-geral da Abin e a defesa de Flávio Bolsonaro. Jair Bolsonaro utilizou, portanto, mecanismos do governo, inteligência do governo, para defender o seu próprio filho. Isso sem falar em diversos outros fatos que são citados nesse pedido de impeachment", citou.