Na última quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou uma carta à nação onde explicava que jamais teve a intenção de agredir ou atacar outros Poderes. A carta foi redigida pelo ex-presidente Michel Temer, e foi ele quem aconselhou Bolsonaro a divulgá-la. O mandatário aprovou o conteúdo e divulgou a carta de "rendição".

Temer e Bolsonaro

Michel Temer iniciou o processo de escrita da carta assim que Bolsonaro causou polêmica e ameaças ao Poder Judiciário durante os atos em prol de seu Governo no último dia 7 de setembro. No dia seguinte aos atos, as conversas com Temer iniciaram logo no início da manhã.

Através de uma ligação, o presidente ouviu a leitura da carta por Temer e, ao aprovar o conteúdo, marcou um almoço com o antecessor para acertar os detalhes finais e divulgar a carta.

Apoiadores

A carta à nação gerou muita revolta entre os apoiadores do governo. As redes sociais bombaram o assunto, e eleitores de direita não esconderam sua frustração.

Apoiadores que foram as ruas em defesa de Bolsonaro mencionavam a carta como uma grande traição. Insultos como "Além de corno é traidor" foram redigidos diversas vezes por apoiadores do governo.

Até mesmo o apoiador ferrenho de Bolsonaro pastor Silas Malafaia se manifestou, afirmando que continuará apoiando o chefe do Executivo, mas que não era "alienado".

Pacheco

Apesar da revolta de grande parte de apoiadores e o sentimento de traição, para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a carta foi vista com bons olhos. O parlamentar afirmou ter "muita expectativa e confiança" de que a carta de Bolsonaro se "perpetue como uma tônica entre as relações dos Poderes a partir agora".

Pacheco defendeu neste domingo que a paz e união entre os Poderes é fundamental e é exatamente o que o Brasil precisa no momento atual. Ele acredita que a carta é um bom sinal e mostra o indicativo de paz por parte do governo de Bolsonaro.

O presidente do Senado também relembrou as reais crises que o país está passando, entre elas a crise hídrica, a alta inflação, o quadro de fome e miséria que aumenta no país e o grande índice de desemprego.

Ao citar as crises, o presidente do Senado defende que estas são as pautas urgentes que devem ser levadas à mesa, estudadas e planejadas para que sejam resolvidas, mas que para que isso aconteça a paz e União de todos os poderes é essencial.

Ibaneis Rocha

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também comentou sobre a carta à nação e mencionou que o documento indica um novo tipo de diálogo e que acredita que isso signifique uma nova esperança ao Brasil.