Nesta última terça-feira (8), o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de um inquérito para investigar uma suposta prática de crime de apologia ao nazismo por parte do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e também pelo youtuber Bruno Aiub, mais conhecido como Monark.
O caso
Na segunda-feira (7), em um debate sobre liberdade de expressão e perseguição a minorias no Flow Podcast, o parlamentar declarou que grupos radicais se fortalecem quando ideias extremistas são cerceadas.
"Qual é a melhor maneira de impedir que um discurso mate pessoas e que um grupo étnico racial morra?
É criminalizar? Ou é deixar que a sociedade tenha uma rejeição social?", questionou o parlamentar.
Monark, o apresentador da atração, declarou que apoiava a criação de um partido que defende as ideias autoritárias de Hitler a fim de euilibrar o debate político.
Segundo o apresentador, a extrema-esquerda tem maior visibilidade que a extrema-direita, por causa disso, a lei deveria permitir a existência de um partido que defenda as práticas adotadas por Hitler.
Também estava participando do debate a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP). Em meio às declarações polêmicas do congressista e do influenciador digital, Tábata tentou explicar para Monark que a criação de tal partido colocaria em risco o povo judeu.
Outrora defensor do Governo Jair Bolsonaro, Kim Kataguiri agora faz duras críticas ao ocupante do Palácio da Alvorada.
Segundo Kim, ele está sendo alvo de perseguição política por parte de Aras, que foi indicado por Bolsonaro para ocupar a PGR em 2019. Apesar disso, o deputado declarou ao portal UOL que irá colaborar com as investigações.
O ex-bolsonarista Kim Kataguiri se bandeou para os lados de Sergio Moro, o ex-juiz da operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.
Kim participou do evento que comemorou a filiação de integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) ao Podemos, o partido em que Moro deverá sair candidato à presidência da República.
Antes de se declarar vítima de perseguição política, Kataguiri se manifestou pelas redes sociais e declarou que falhou ao não defender de maneira mais firme os judeus.
Ele também declarou que não concordou com a declaração de Monark defendendo a criação de partido extremista.