Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo divulgou um áudio do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no qual o político afirma que verbas da pasta são primeiramente repassadas àquelas prefeituras que mais precisam e também aos indicados pelo pastor Gilmar Santos. O referido pastor não faz parte do Governo, mas tem frequentado reuniões com políticos de relevância, como o próprio presidente Jair Bolsonaro. Tal áudio evidência um possível tráfico de influência que determina o destino de verbas escaladas para o setor da educação.

Vazamentos e a campanha eleitoral de Bolsonaro

A repercussão do vazamento desse áudio pode prejudicar a aprovação do governo e a campanha eleitoral de Bolsonaro, que objetiva se reeleger para um segundo mandato. Atualmente, o principal adversário de Jair é o ex-presidente Lula, que têm se saído bem nas pesquisas e tem altas chances de ganhar a eleição em todos os cenários, de acordo com as últimas pesquisas.

Bolsonaro têm tentado melhorar sua imagem com diversas ações que atingem principalmente a economia, como os programas Auxílio Brasil, Casa Verde e Amarela, além de antecipações para aposentados e do FGTS para trabalhadores com carteira assinada. Mesmo assim, o atual presidente continua em segundo lugar nas intenções de voto.

Milton Ribeiro prestes a ser abandonado

O também pastor Milton Ribeiro, terceiro nome a ocupar o ministério da Educação no governo Bolsonaro, pode sair do governo por pressão da ala militar, líderes evangélicos e membros do centrão. Isso acontece pois os vazamentos estão diretamente ligados ao ministro e isso gera repercussão negativa para a imagem do governo.

Mesmo que o presidente da República tenha sido citado, a melhor forma de amenizar os danos pode ser a substituição de Milton na pasta.

Investigações sobre os áudios vazados

O governo já enfrenta diversas investigações neste ano eleitoral, como a apuração de fatos na denúncia de interferência na Petrobras pelo presidente da República.

Agora, a ministra Carmen Lúcia, do STF, autorizou as investigações sobre o gabinete paralelo no ministério da Educação. Tal gabinete envolveria o lobby feito pelo pastor Gilmar, que de acordo com denúncias de prefeitos, pedia propina para as prefeituras em troca de influência no mistério da Educação para a liberação de verbas.

As investigações ainda devem começar para apurar informações do suposto gabinete paralelo no Ministério da Educação.