Segundo informações do colunista Valdo Crus, do portal G1, a equipe da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou irritada com os aliados do Centrão no caso envolvendo as meninas venezuelanas.
Na terça-feira (18), a jornalista Andréia Sadi mostrou em sua coluna no G1 que o PP –legenda do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira– afirmou que Bolsonaro teria tido a “impressão” de que as garotas venezuelanas estariam se prostituindo, o que contraria a narrativa que o presidente está tentando criar nos últimos dias.
Podcast
Na última sexta (14), o chefe do Executivo federal declarou em uma entrevista a um podcast que “pintou um clima” entre ele e meninas venezuelanas e que na casa em que elas estavam tinha outras garotas que estavam ali para “ganhar a vida”.
A fala de Bolsonaro recebeu diversas críticas nas redes sociais, e parlamentares já pediram que seja aberta uma investigação contra o presidente da República. Na madrugada do último domingo (16), Bolsonaro realizou uma live para se defender. Na terça-feira (18), ele divulgou um vídeo em que disse que as garotas são trabalhadoras e negou que houvesse prostituição na casa delas.
PP
A declaração do PP contrariou a história contada por Bolsonaro em um vídeo divulgado na terça-feira (18), em que o mandatário falou que as garotas estariam trabalhando, e não se prostituindo. De acordo com Valdo Cruz, um assessor direto do presidente afirmou que os aliados não estão se entendendo, que não existe uma coordenação e que o episódio criou uma crise interna na campanha para a reeleição.
O assessor também lembrou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já determinou que diversos parlamentares apoiadores de Bolsonaro, entre eles os próprios filhos do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, retirassem de suas redes sociais vídeos que o TSE considera como fake news.
Se for para pedir a cassação do deputado André Janones, como fica a situação dos filhos de Bolsonaro e também das parlamentares bolsonaristas Bia Kicis e Carla Zambelli, reclamou a fonte.
Dor de cabeça
O episódio das meninas venezuelanas se transformou no principal problema para a campanha de Bolsonaro para a recondução ao Palácio do Planalto.
O comitê eleitoral já tomou conhecimento de que o PT está preparando um novo ataque nas redes sociais e no programa eleitoral para desgastar ainda mais a imagem de Bolsonaro com o eleitorado feminino.
Foi por esta razão que o presidente gravou o vídeo em que pede desculpas às meninas e acionou a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves para conversar com as garotas venezuelanas, para tentar diminuir os danos provocados por sua fala.