Uma entrevista concedida por Jair Bolsonaro à revista IstoÉ Gente e publicada no dia 14 de fevereiro de 2000 voltou a ser comentada nas redes sociais por conta das contradições no posicionamento do atual presidente com relação ao aborto, destoando do atual discurso religioso adotado por ele em sua campanha para reeleição.

Aborto

Na ocasião, o então deputado federal Jair Bolsonaro declarou que o aborto deveria ser “uma decisão do casal”. Ele ainda disse durante a entrevista que deixou para sua companheira a decisão se iria abortar o mais jovem de seus filhos homens, Jair Renan, e que ela escolheu não realizar o aborto.

Na época da publicação da entrevista, o filho 04 de Jair Bolsonaro tinha apenas um ano e meio de idade.

O nome de Jair Renan apareceu nesta quarta-feira (5) como um dos assuntos mais comentados do Twitter. Os internautas disseram que Jair Bolsonaro gostaria de ter abortado o filho, mas que Ana Cristina, mãe do garoto, decidiu continuar com a gravidez.

Violência contra a mulher

Sobre seus relacionamentos, o então deputado afirmou que nunca bateu em suas ex-esposas, mas já sentiu “vontade de fuzilá-la várias vezes”. Bolsonaro também revelou que deixou de ser virgem quando se relacionou com uma prostituta. Ele contou que estava na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. Segundo ele, ninguém tinha dinheiro na época, então eles se reuniam em um grupo de uns 20 alunos, realizavam um sorteio e os vencedores iam entravam em uma fila no prostíbulo para terem relações com a mesma mulher.

FHC

Jair Bolsonaro disse a palavra fuzilamento em outra ocasião na entrevista, quando sugeriu que o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), fosse assassinado. Bolsonaro afirmou que o fuzilamento pode até mesmo ser considerado honroso para algumas pessoas e compartilhou um plano de como executar o assassinato.

Segundo Bolsonaro, o crime poderia ser cometido usando uma arma com mira, dando um tiro no presidente em Brasília. Ele também falou que poderia ser utilizada uma besta, pois com este tipo de arma "dá para eliminar uma pessoa a 200 metros". "Até com um canivete dá para chegar no cangote do presidente", concluiu Bolsonaro.

Laranja

Sem o menor constrangimento, Jair Bolsonaro contou que se divorciou da primeira mulher, Rogéria Bolsonaro, por ela não ter aceitado ser sua laranja quando foi eleita vereadora em 1992. Inconformado, Bolsonaro disse que Rogéria era uma dona de casa e, por causa dele, conseguiu 7 mil votos.

Segundo Jair Bolsonaro, o casal fez um acordo. Nas questões mais delicadas, ela deveria ligar para Bolsonaro para que ele pudesse decidir no que ela iria votar. Mas ela passou a frequentar o plenário e começou a receber influência de outros vereadores, alegou Bolsonaro.