A viagem do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Egito tem sido alvo de críticas e pode virar objeto de investigação. O petista se deslocou até o país africano, onde participará da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27), em um avião que pertence ao empresário José Seripieri Junior. Fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, ele chegou a ser preso em 2020 em um desdobramento da operação Lava Jato.

O empresário, à época, foi detido por conta de suspeitas de ter fraudado contratos para dissimular repasses à campanha do candidato José Serra (PSDB) ao Senado Federal nas eleições de 2014.

De acordo com investigações feitas pela Polícia Federal, os repasses não contabilizados chegaram a R$ 5 milhões. Os montantes foram repassados através de operações financeiras e societárias simuladas, que serviam para ocultar a origem ilícita do dinheiro. Seripieri foi apontado como o responsável por montar toda esta estrutura para burlar a Justiça Eleitoral da origem ilícita do dinheiro.

Doação para a campanha de Lula

O empresário ficou somente três dias detido e alguns meses depois aceitou um acordo de delação premiada. Na época ele contestou ter sido alvo das investigações.

Pouco antes do primeiro turno das eleições deste ano, o empresário fez uma doação de R$ 660 mil à campanha de Lula. Ao todo, as doações do empresário às campanhas eleitorais somente em 2022 bateram a cifra de R$ 1,3 milhão.

Deputado pedirá investigação

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) pedirá para que o Procurador Geral da República abra uma investigação da viagem de Lula ao Egito em um avião particular.

Ele cita o fato de o empresário ter sido acusado de Corrupção na operação Lava Jato e pede para que sejam apurados os motivos e as circunstâncias que o jatinho foi emprestado.