Faltam menos de duas semanas para o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixar de ser o chefe do Poder Executivo federal. As notícias dos últimos dias, no entanto, dão mostras de que o Governo Bolsonaro deverá terminar em meio a uma série de informações confusas.

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou no dia 30 de outubro que o atual mandatário perdeu a disputa eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro se mostrou contrariado com a derrota e se isolou no Palácio da Alvorada, a residência oficial da presidência da República, saindo de lá pouquíssimas vezes.

Desde então, o país está tendo que lidar com várias manifestações golpistas dos apoiadores mais fanatizados de Bolsonaro, e tudo isto com o silêncio do presidente da República, que não se manifestou nem mesmo quando terroristas incendiaram automóveis nas ruas de Brasília.

Golpe

Por um lado, diversos aliados de Bolsonaro relatam que ele está cada vez mais abalado psicologicamente com o resulta das eleições e preocupado com a enxurrada de processos que poderá enfrentar quando deixar a presidência da República.

Outras notícias dão conta de que ele ainda não perdeu as esperanças de se manter no poder. O jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no portal Metrópoles, afirmou que Bolsonaro ainda tem a esperança de se manter no poder por meio da decretação do artigo 142 da Constituição Federal.

O artigo 142 é um dispositivo da Constituição que fala sobre as funções das Forças Armadas. Muitos militares e juristas alinhados com o bolsonarismo –e o golpismo– fazem uma leitura deturpada do texto, afirmando que ele autoriza as Forças Armadas a se intrometerem na política e intervir em conflitos entre os Poderes da República.

Outra medida misteriosa tomada pelo presidente foi que a poucos dias do final de seu mandato o atual governo colocou propagandas em prédios dos ministérios na capital federal. Um usuário divulgou nas redes sociais o momento em que, no último sábado (17), operários instalavam um painel na fachada de um dos imóveis da Esplanada dos Ministérios.