Na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do cargo por 90 dias. A decisão foi tomada após um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da Advocacia-Geral da União e foi motivada pelos atos terroristas ocorridos no domingo (8) em Brasília. Nesse dia, vândalos bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e a sede do STF, e as forças de segurança do DF não conseguiram conter os atos.

De acordo com Moraes, os ataques aos prédios e às instituições da República foram "desprezíveis" e não ficarão impunes.

Ele afirmou ainda que os atos terroristas do domingo só poderiam ter sido realizados com a anuência do Governo do DF, pois os preparativos para os atos eram conhecidos. "A escalada violenta dos atos criminosos resultou na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, com depredação do patrimônio público, conforme amplamente noticiado pela imprensa nacional, circunstâncias que somente poderia ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira", escreveu o ministro em sua decisão.

Moraes determina investigação

Além de afastar o governador do cargo por 90 dias, o ministro Moraes também determinou a realização de uma investigação para apurar a participação de agentes públicos na organização e execução dos atos terroristas. Ele afirmou que os responsáveis pelos "desprezíveis ataques terroristas à democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores e os anteriores e atuais agentes públicos coniventes e criminosos, que continuam na ilícita conduta da prática de atos antidemocráticos".

Após os atos de vandalismo registrados no domingo em Brasília, o governador Ibaneis Rocha gravou um vídeo pedindo desculpa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos demais Poderes.