Na manhã desta sexta-feira (23), o corpo de um bebê de aproximadamente uma semana foi encontrado esquartejado no bairro Marechal Rondon, em Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre.

Segundo informações da Polícia, tudo ocorreu na rua Bélgica, quando, por volta das 10h30, moradores da região escutaram cachorros latindo e brigando no local. Quando as pessoas conseguiram dispersar os animais, descobriram que os cães estavam disputando a cabeça de um recém-nascido no meio da rua. Diante daquela situação, os populares entraram em contato com o Batalhão da Polícia Militar e Civil da cidade.

Ao chegarem para atender a ocorrência, os policiais foram até um terreno da construção de um prédio abandonado, que fica próximo de onde a cabeça da criança foi localizada, e encontraram o braço direito do bebê, uma placenta, algo parecido com um órgão interno, provavelmente um rim, e roupas femininas.

De acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Maurício Barison, tudo leva a crer que a mãe da criança teria dado à luz dentro do terreno baldio. Ainda conforme o delegado, o bebê não teria sido morto pelos cachorros que estavam no local, e a hipótese de um suposto ritual religioso também foi descartada.

Uma faca pode ter sido usada para cortar o bebê

“Ficou muito claro que os cortes no corpo da criança foram feitos com uma faca, pois eram cortes limpos e não realizados por dentes de animais”, explica Barison.

Conforme o delegado, uma pessoa que não teve o nome divulgado já está sendo investigada pelo crime e foi procurada pela polícia neste final de semana. “Nós estamos utilizando três linhas para a investigação do caso, em duas dessas hipóteses acreditamos que a mãe da criança possa ser uma moradora de rua”, comenta Barison.

A principal suspeita é que a mãe do bebê possa ser a responsável pelo crime, e duas motivações estão sendo investigadas pelos agentes civis.

Na primeira hipótese, a mulher seria uma pessoa com problemas mentais, já a outra o bebê teria sido morto por traficantes da região no qual a mãe devia dinheiro. Esta segunda hipótese é a menos provável, diz a polícia.

Após o encontro dos restos mortais da criança, a área foi completamente isolada para que membros do Instituto Geral de Perícia (IGP) pudessem realizar os primeiros trabalhos investigativos.

O corpo do bebê também passará por um exame cadavérico, o que será permitido identificar o sexo da criança. Exames de DNA também serão realizados para comparar o tipo sanguíneo encontrado nas roupas encontradas no local. Esse exame será para verificar se o sangue nas roupas seriam do bebê ou da mãe da criança.

Imagens das câmeras de segurança da região também estão sendo analisadas pela polícia para ajudar nas investigações. Diligências nos hospitais da cidade também estão sendo feitas para tentar descobrir a verdadeira identidade da mãe.

Explica o delegado que os agentes contam com uma lista de mulheres que teriam feito o pré-natal pela rede do SUS nos últimos meses. Com esta lista em mãos, os policiais pretendem realizar um levantamento completo de todas as crianças nascidas na região nos últimos nove meses.