No fim da manhã deste domingo (8), três pessoas foram mortas a tiros no bairro de Restinga, na região sul de Porto Alegre. Entre os mortos estão duas mulheres, de 40 e 21 anos, e um adolescente de 14. Na ação dos criminosos uma outra adolescente, de 16 anos de idade, foi ferida e levada ao Hospital de Pronto Socorro. Ela se encontra em estado grave na unidade de saúde, conforme informação repassada pela Brigada Militar.

Mortos dentro de casa

Segundo os agentes policiais, o crime teria ocorrido por volta das 11h30, quando criminosos em um automóvel ainda não identificado passaram atirando para dentro de uma residência na rua A da Vila Bita.

Neste momento, as quatro pessoas que estavam no imóvel teriam sido atingidas pelos disparos.

Com a chegada da perícia ao local foram encontrados vários cartuchos deflagrados de pistola 9mm e de calibre 12 espalhados pelo chão. As duas mulheres teriam sido mortas próximo à saída da garagem e do portão, enquanto o jovem foi atingido mortalmente em uma outra parte do imóvel.

Segundo a Polícia Civil, que está investigando o caso, as vítimas seriam moradores novos no bairro e teriam alugado a casa há pelo menos um mês.

Crime está relacionado ao tráfico de drogas

Na manhã desta segunda-feira (9), o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pohlmann Garcia, da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, relatou em uma coletiva que o crime está relacionado a uma nova guerra pelo controle do tráfico de drogas na região e que esse embate teria tido seu início no ano passado.

Conforme o delegado Garcia, esta disputa teria começado por conta de um integrante da facção criminosa “Os Manos” que atuava na região de Vila Bita teriam se desligado da facção e passado para o grupo inimigo “Os Abertos” e quis retomar as bocas de fumo dele na região. Ainda segundo a polícia, este indivíduo que estava preso no ano passado na Penitenciária de Segurança Máxima de Charquedas (Pasc) teria tentado retomar os pontos de entorpecente utilizando a ajuda de uma unidade filiada a sua nova facção e daí começaram a ocorrer os homicídios.

O delegado afirma que este mesmo homem teria mudado de facção por uma terceira vez no fim de fevereiro passando a fazer parte do grupo criminoso Os Bala na Cara.

“Ele deve ter feito um acordo com os integrantes dessa facção, em especial com quem atua na Restinga”, menciona o delegado da Civil Rodrigo Garcia.

Nas redes sociais, os policiais estão acompanhando de perto as ameaças realizadas pelos traficantes para a retomada do bairro Restinga Velha, que em contrapartida o grupo rival que comanda a área se mostram prontos para uma nova contraofensiva.

Uma investigação foi aberta para saber se as vítimas têm alguma relação pessoal com o tráfico.