O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), declarou neste último sábado (4) que desconfia sobre quem seria o assassino da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes. Bolsonaro fez a declaração sem apresentar nomes ou indícios do crime.

A surpreendente fala do mandatário aconteceu em uma transmissão ao vivo para uma rede social em que ele comentou sobre vários assuntos, entre eles, a suposta perseguição que ele vem sofrendo do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e também da Polícia Civil do Rio.

O presidente ainda falou sobre o porteiro do condomínio em que possuí uma casa no Rio. O porteiro havia dado depoimento em que afirmava que Élcio Queiroz, o ex-policial militar que está preso por suspeita de envolvimento na morte de Marielle, foi ao local no dia do assassinato e disse na portaria que iria à casa de Jair Bolsonaro.

O depoimento do porteiro foi noticiado inicialmente pela Rede Globo em outubro de 2019. No depoimento o porteiro dizia que um homem com a mesma voz de Jair Bolsonaro teria atendido ao telefone e autorizado a entrada de Élcio Queiroz. Porém, o suspeito teria se dirigido a outra residência do condomínio de luxo, que seria a casa de Ronnie Lessa, outro que foi preso por suspeita de participação no crime.

Naquele dia, Bolsonaro estava em Brasília, e a contradição na declaração do porteiro também foi noticiada pela Rede Globo.

Witzel nega

O presidente também acusou o governador do Rio de persegui-lo e a seus filhos, assim como para Bolsonaro, a operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que apura suposta participação do senador Flávio Bolsonaro (sem partido) em um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no tempo em que era deputado estadual.

O governador nega as acusações do presidente.

Na live o presidente também comentou sobre a polêmica da figura do juiz de garantias. Ele afirmou que sua decisão de sancionar esta medida dentro do pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não teve a intenção de atacar a Lava-Jato e que esta lei ainda deve demorar para ser posta em prática.

Esta lei fará com que a condução de processos criminais esteja entre dois magistrados, enquanto um deles ficará responsável pela fase investigativa do processo, o outro estará encarregado do julgamento. Segundo defensores da medida, o objetivo é dar mais imparcialidade aos julgamentos.