Perto do término da exposição que mostra quase 120 quadros da artista que participou da Semana de Arte Moderna em 1922, os paulistanos e turistas fazem estender as filas no vão livre do Masp.

Façanha alcançada pela pintora Tarsila do Amaral, brasileira nata, o título da mostra é mais do que louvável ao atrair tanta gente; a maioria é composta de jovens.

Com o nome de “Tarsila Popular”, os últimos dias foram marcados por uma febre, graças à procura e interesse em apreciar sua obra; na última terça-feira, 23/07, cerca de 8 mil pessoas foram conferir os traços, desenhos e cores representados nas telas da artista.

Esticada e estrondo

Em razão do megassucesso de bilheteria, a direção do Museu de Arte de São Paulo (Masp) optou por ampliar o horário de visitação pública para esta semana de despedida. A exposição terminará em 28 de julho, domingo que vem.

Mas, antes disso, aqui vão os horários para a entrada: na sexta, dia 26/07, o museu fecha às 21 h. Vale lembrar que o ingresso neste dia é pago. No sábado, o Masp oferecerá a oportunidade de ver “Tarsila Popular” até a meia-noite. E, finalmente, no domingo, a mostra fecha mais cedo: às 19 h. Em todos os dias citados, cobra-se ingresso que varia de R$ 20,00 a R$ 40,00.

Até domingo passado, 21/07, o Masp divulgou a presença de 350 mil visitantes em suas instalações, frequentando os corredores da pintora que nasceu no interior de São Paulo.

Montagem da exposição

Quem for ao Masp e tiver a expectativa de uma montagem baseada em fatos cronológicos, poderá se decepcionar. É que os curadores planejaram a mostra de uma maneira um pouco diferente: por núcleos que sugerem pequenos temas.

Lá estarão os retratos pendurados de Mário e Oswald de Andrade; em outra parede, uma das obras bem conhecidas de Tarsila do Amaral: “A Negra” de 1923; um pouco mais adiante, há uma sequência de retratos e autorretratos.

Andando um pouco mais, o visitante poderá admirar um conjunto de nus artísticos, registros de viagens por outros estados brasileiros e práticas e tradições religiosas.

Outra parte da exposição é dedicada ao povo e seu contexto na recém industrialização e urbanização da época (década de 30). Um olhar menos alegre e mais atento para as transformações e reforços de desigualdades sociais.

Um dos pontos máximos é a seção de quadros de Tarsila que se refere às suas mais famosas obras como o “Abaporu” (1928) e “Antropofagia” (1929). Elas estão lado a lado com outra obra muito importante da pintora modernista denominado “Batizado de Macunaíma” (1956).

De acordo com o curador da mostra, o propósito é gerar novos diálogos e ideias em torno da obra de Tarsila. No caso das três últimas obras citadas, sugere-se que a artista paulista tinha conhecimento e/ou ligação com a mitologia indígena.

Como curiosidade: o “Abaporu”, quadro tão alardeado da representação pura da cultura brasileira não fica sediado no território verde-amarelo. Atualmente, o “dono” da obra com a figura de pé grande é o Museu Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), na Argentina. Depois de a exposição terminada, o “Abaporu” retornará ao seu lugar, nas terras de “los hermanos”.