No último domingo (1°), moradores do bairro Paraisópolis, localizado na zona sul de São Paulo, organizaram protestos nas ruas da comunidade devido à morte de nove pessoas em um baile funk.
As pessoas que morreram durante a festa citada foram pisoteadas após uma perseguição policial, que culminou em troca de tiros. Além das nove mortes, outras sete pessoas ficaram feridas.
O protesto contou com a presença das famílias e dos amigos das vítimas. Na ocasião, eles carregavam cartazes e gritavam por justiça. Tal manifestação teve início na rua Ernest Renan e seguiu em direção à avenida Giovanni Gronchi.
Tudo ocorreu de maneira pacífica.
A mãe de uma jovem ferida durante a ação da Polícia afirmou que tudo se tratou de uma emboscada para criminosos. Entretanto, a PM afirma que foi provocada.
Também de acordo com as informações da Polícia Militar, os oficiais do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) estavam realizando a Operação Pancadão em Paraisópolis. A comunidade é a segunda maior de São Paulo e conta com cerca de 100 mil habitantes.
Na ocasião em que a operação acontecia, os PMs foram alvos de tiros, disparados por dois homens que estavam em uma moto. De acordo com os relatos, os criminosos conseguiram fugir por uma rua próxima ao baile funk e seguiram atirando.
Isso fez com que todo o tumulto entre o público do evento e a PM acontecesse, culminando na tragédia citada.
Estima-se que 5 mil pessoas estavam presentes na festa.
Versões conflitantes do acontecido em Paraisópolis
Apesar de todas as informações da PM, a mãe de uma jovem de 17 anos que estava presente no baile e chegou a ser agredida com uma garrafa, afirmou que tratou-se de uma emboscada para as pessoas que participavam do evento, e não para criminosos.
De acordo com a jovem, que contou sobre a agressão sofrida, ela não sabe determinar como tudo começou, mas viu as pessoas correndo quando as viaturas fecharam o local em que acontecia o baile funk. Quando uma amiga sua caiu, ela se abaixou para ajudá-la a se levantar e recebeu de um policial uma garrafada na cabeça. Posteriormente, os seus agressores afirmaram que ela deveria colocar as mãos na cabeça.
Os PMs, por sua vez, informam que as equipes da Força Tática foram recebidas a pedradas e garrafadas durante a sua chegada a Paraisópolis. Devido a isso, as autoridades acabaram respondendo com armas químicas. Também conforme o explicado pela polícia, tiros foram disparados por alguém presente no baile funk, ocasionando toda a correria.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez um pronunciamento lamentando as mortes ocorridas durante a ação policial e afirmou que pediu para que os fatos sejam apurados com rigor.