Foram identificadas oito das nove pessoas mortas após um tumulto ocorrido na madrugada deste domingo (1º) em um baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Um homem de cerca de 28 anos ainda não foi reconhecido.

Uma das vítimas é o estudante Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 17 anos, morador do Jaraguá, na zona norte da capital paulista. Os familiares não tinham conhecimento de que ele havia ido até o local, uma vez que havia dito que sairia para comer pizza com alguns amigos.

Outros menores de idade que morreram e que já foram reconhecidos por familiares são Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, e Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos.

Os outros mortos são Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos, Eduardo Silva, de 21 anos, Mateus dos Santos Costa, de 23 anos, Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos, e Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos.

De acordo com informações passadas pelo Corpo de Bombeiros, duas pessoas feridas, ambas do sexo feminino, seguem internadas. Miryan de Araújo Macario sofreu uma lesão na perna, e Giovanna Ferraz da Silva machucou o rosto.

A confusão

O tumulto e a correria no baile funk começaram após uma perseguição policial seguida de tiros na madrugada deste domingo (1º), na favela de Paraisópolis. Estima-se que de cinco mil pessoas que estavam no local e além dos nove mortos, cerca de 20 pessoas ficaram feridas, sendo que duas delas seguem internadas.

De acordo com a Polícia Militar, os agentes faziam uma Operação Pancadão na região quando teriam sido alvo de tiros efetuados por dois homens em uma moto. A dupla fugiu em direção ao local onde acontecia o baile e seguiram atirando, o que teria, segundo a PM, feito com que houvesse correria entre os frequentadores.

A corporação informa ainda que ao chegar no local, a Força Tática foi recebida a pedradas e garrafadas e os policiais revidaram com munições químicas para dispersão.

A PM disse ainda que durante a confusão pessoas foram pisoteadas, sendo socorridas em estado grave, e duas viaturas depredadas.

O delegado Emiliano da Silva Neto, do 89º DP, disse que as nove vítimas morreram porque foram pisoteadas e nenhuma delas foi ferida com arma de fogo. "Todas elas estão com graves lesões de pisoteio, não tem nada de perfuração", disse.

Mulher diz que PM armou emboscada

A mãe de uma adolescente de 17 anos, por sua vez, dá uma versão diferente dos fatos e diz que a PM armou uma emboscada. Ela disse ainda que a filha levou um golpe de cassetete e uma garrafada na cabeça de um policial.

“É uma rua com duas ou três saídas. Eles (os policiais) fecharam e coagiram”, disse a mulher que não quis se identificar. “Foi um policial que tacou garrafa de vidro na minha filha”, disse.