O governo do Estado de São Paulo mudou a avaliação da “retomada consciente”, anunciada na última quarta-feira (27).

Em coletiva de imprensa, o governador João Doria havia anunciado uma ampliação da quarentena, e um processo de flexibilização em regiões específicas. A capital paulista estava incluída dentro do que Doria chamou de “retomada consciente”. No entanto, a Grande São Paulo e a Baixada Santista foram classificadas como regiões que ainda mereciam alerta e, portanto, não poderiam reabrir o comércio.

O anúncio gerou uma forte reação por parte dos prefeitos de várias cidades do Estado, que se posicionaram contra a medida.

Governo vai subdividir Grande São Paulo

Doria anunciou, então, nesta sexta-feira (29), alterações nesse plano de flexibilização econômica nas cidades paulistas. No caso da Grande São Paulo, que possui um total de 22 milhões de habitantes, a área será subdividida em cinco regiões, além da capital.

Dois dias antes, Doria havia lançado o projeto de retomada consciente onde 38 cidades da Grande São Paulo ficavam de fora da flexibilização da quarentena no Estado. Diante do ocorrido, os prefeitos da região rebateram a decisão de seguirem regras diferentes da capital.

Por isso, o planejamento foi revisto e as cidades reavaliadas. Dessa forma, a partir da próxima semana, as cinco regiões deverão apresentar estudos que comprovem a condição da retomada do comércio e serviços, mudando assim da fase 1 (vermelha), para a fase 2 (laranja), que permite esse tipo de flexibilização.

Dessa forma, elas serão avaliadas por região, e não a Grande São Paulo como um todo.

Contudo, apenas os municípios que comprovem controle da situação e que tenham leitos disponíveis em UTI poderão realizar a volta das atividades.

Como a alteração se dará futuramente, de acordo com o secretário de desenvolvimento regional, Marco Vinholi, “nada muda” para o dia 1° de junho, e todos os índices estão mantidos.

Sendo assim, somente os serviços essenciais estão permitidos.

A cada sete dias será feita uma avaliação das cidades da Grande São Paulo, a fim de analisar a reabertura das atividades econômicas. “Vamos avançar na capacidade hospitalar fazendo a retomada consciente na região metropolitana”, destaca Vinholi

Doria também repercutiu sobre a possível “pressão” sofrida pelos prefeitos da região.

“Essa subdivisão não é para afrouxar, mas para ajustar. O Governo de São Paulo não se submete a pressão de forma alguma”, disse Doria.

Apesar das medidas de flexibilização, São Paulo lidera o número de mortes e contaminações confirmadas no país. Ao todo são 95.865 e 6.980 óbitos até o momento.

Mesmo com a possibilidade de flexibilização na capital, o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, afirmou que as medidas de quarentena ainda estão mantidas na cidade. “É preciso enfatizar que a cidade continua em quarentena. Nós não vencemos ainda o vírus na cidade” enfatiza.

Baixada Santista também pode mudar de fase

O Estado de São Paulo anunciou também que as cidades da Baixada Santista poderão ser reclassificadas no plano de retomada consciente.

A medida foi tomada durante reunião com o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), que é representado pelos prefeitos de Santos, Peruíbe e Itanhaém. Os prefeitos apresentaram dados ao governo, atestando a autonomia das cidades de aderirem à flexibilização.

Na sexta-feira, o governo informou que existe ainda a possibilidade da reclassificação da Baixada Santista para a fase 2. Porém, a decisão final - analisando todos os fatos apresentados e os cinco critérios a serem avaliados pelo governo - será divulgada na próxima quarta-feira (3).

A baixada santista soma 7 mil casos e 400 óbitos, além de mais de 2 mil casos suspeitos.

A quarentena no Estado e a retomada consciente

O “Plano São Paulo”, divulgado na quarta-feira (27) pelo governo do Estado, propõe uma flexibilização na quarentena, dividida em cinco etapas.

Dividas por cores, as fases atendem critérios e avaliações definidas pelo próprio governo como, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos e o grau de contaminação do coronavírus em cada região.

A maior parte do Estado havia sido classificada na fase 1 (vermelha) que é a fase de alerta máximo. Era o caso da Grande São Paulo e da Baixada Santista, que solicitaram a revisão da análise do governo.

A capital paulista se enquadra na fase 2 (laranja), que permite a possibilidade de abertura das atividades econômicas com restrições.

As fases 3 (amarela), 4 (verde) e 5 (azul) permitem um número maior de setores até a volta “normal” das atividades - respectivamente - mantendo medidas de higiene e distanciamento. Nenhuma cidade do estado está classificada em uma destas fases ainda.

A quarentena no Estado de São Paulo será prorrogada a partir do dia 1° de junho, por 15 dias, permitindo a flexibilização e retomada das atividades com restrições em algumas regiões, conforme os critérios avaliados pelo governo.