São Paulo já tem seu plano para "reabrir" a economia, paralisada em sua grande parte por causa do coronavírus. Nesta quarta-feira (27), o governador João Doria (PSDB) lançou um programa designado de "retomada consciente", que seria uma versão diferenciada da quarentena que tem sido imposta no estado.

O programa prevê flexibilizar medidas de fechamento de comércios em regiões, dependendo de como tais regiões estarão no quesito de contenção da Covid-19. O plano tem previsão de ser lançado a partir do dia 1° de junho, com o período de quarentena sendo estendido mais uma vez, agora para o dia 15.

Recentemente, Doria antecipou o feriado de 9 de Julho para tentar aumentar o isolamento social no estado.

Doria explica plano

"Estamos anunciando a retomada cosciente a partir do dia 1° de junho. Manteremos a quarentena até 15 de junho, mas com a retomada de algumas atividades econômicas", disse Doria na coletiva.

O plano dividirá o estado em cinco fases, que contempla uma série de provisões dentro destas regiões, como controle de contágio, disponibilidade de leitos e que estejam seguindo normas de distanciamento social, para que setores econômicos destas regiões sejam liberados para reabrir.

As fases vão da "vermelha" (aquele que consiste em apenas abertura de serviços essenciais, para lugares onde não há queda de casos de coronavírus e possível sobrecarga de leitos), a "novo normal controlado", que seria a abertura total do comércio, desde que seguidas as normas de higiene pedidas pelo governo.

Entre estas normas, também estão as fases "laranja" (em que há uma pequena flexibilização da quarentena), "amarela" e a fase "verde" (fases com maior flexibilização). Em cada uma destas fases, tipos diferentes de comércios poderão abrir.

A cidade de São Paulo poderia estar na "fase laranja", ainda com uma quarentena com medidas fortes, mas flexibilizando para que escritórios, imobiliárias, shopping centers e outros comércios possam ser abertos com restrições.

A Grande São Paulo e a Baixada Santista seriam as regiões que estariam dentro da fase mais grave, a "vermelha", na qual somente abertura de serviços essenciais é permitida.

Segundo o levantamento do governo, apenas poucos locais estão na fase 3 do plano, como as regiões de Barretos, Presidente Prudente e Bauru. Outras regiões de São Paulo estão em fases mais graves ou fortemente moderadas.

Doria não fala em 'relaxar' quarentena

"Todas as decisões que o governo de São Paulo tomou em relação à Covid-19 foram pautadas pela ciência e medicina. Aqui não há achismos", disse Doria.

"A nova fase do Plano São Paulo não é um relaxamento, mas um ajuste fino de acordo com as necessidades regionais. E temos dados técnicos para garantir essa retomada segura", completou o governador.

Patrícia Ellen da Silva, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, também explicou partes do plano de retomada de atividades econômicas em São Paulo, afirmando ver no estado uma queda na velocidade de contágio da doença.

"Estamos vendo uma desaceleração do crescimento da epidemia. Teremos aqui mais de 60 protocolos a serem seguidos.

Teremos um faseamento e retomada regionalizada. E isso será feito em cinco fases", afirmou Patrícia.

Máscaras seguem obrigatórias

Mesmo com o plano de retomada do comércio, o uso de máscaras continuará sendo obrigatório no estado como forma de segurar o contágio do estado que mais registra casos confirmados (86.017) e mortes (6.423) por coronavírus no Brasil.

Ainda na coletiva, João Doria afirmou que, para o novo plano de retomada do comércio dar certo, precisará do apoio dos paulistas. E que poderá rever partes deste plano se considerar que tais medidas não estão sendo observadas.

"Essa retomada consciente depende do esforço conjunto de todos. A evolução do processo será monitorada todos os dias. Se a gente tiver que dar um passo para trás, a gente não vai hesitar em fazer para proteger vidas", declarou Doria.