São Paulo alcançou outra marca negativa por causa da pandemia do coronavírus. Nesta quarta-feira (6), o governador do estado, João Doria, se pronunciou após ser confirmado que o território paulista ultrapassou 3 mil mortes por causa do coronavírus.

Segundo a decisão, o estado de luto se estenderá até o fim dos efeitos da doença no estado, que vem sendo o local com mais casos confirmados e morte da doença desde a sua chegada ao território brasileiro.

Mais de 3 mil mortes pelo coronavírus

Segundo os números da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, foram confirmadas 3.045 mortes em todo o estado e 37.853 casos do coronavírus confirmados.

Nesta quarta-feira, foram confirmadas 194 mortes pelo coronavírus.

"Lamentavelmente, ultrapassamos os 3 mil mortos por causa do coronavírus. É o maior volume de mortes em todo o estado de São Paulo, em menos de 60 dias 3 mil pessoas acabaram falecendo", disse Doria em pronunciamento feito nesta quarta-feira.

Doria volta a criticar Jair Bolsonaro

No pronunciamento, o governador de São Paulo voltou a criticar a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro. Na visão de Doria, o presidente tem estimulado com diversos atos a população a não tomar as medidas necessárias para conter a disseminação do coronavírus.

"O presidente Bolsonaro nega a ciência e as orientações de isolamento. Apenas os ditadores de Bielorrússia e Nicarágua são contra o isolamento.

E o presidente do Brasil. Ele está sendo um péssimo exemplo para os brasileiros, ele tem estimulado lamentavelmente a conduta dos brasileiros tendo esse comportamento errático com seus passeios", afirmou o governador.

Doria e Bolsonaro tem trocado farpas incessantemente devido à reprovação do presidente quanto às medidas que colocam o isolamento social e o fechamento do comércio como principais medidas para conter a disseminação do coronavírus, e que são apoiadas pelo governador paulista.

Índice de isolamento baixo preocupa Doria

Os números de adesão ao isolamento social tem sido alvo de preocupação da equipe do Governo de SP que tem feito o combate ao coronavírus. Na última terça-feira, 48% da Capital aderiu às medidas e o número no Estado é de 47%. Bem abaixo da média mínima considerada essencial para que o vírus não se espalhe, entre 60% e 70%.

No próximo dia 10, o Governo de São Paulo pretende iniciar uma reabertura gradual do comércio no estado, mas os baixos números de adesão podem fazer com que tais planos da equipe de João Doria possam ser frustrados.

O grande medo é evitar um colapso do sistema de saúde no estado em virtude do aumento de casos. Em todo o estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 67,2%. O número é bem maior na região metropolitana, que tem 86,6%

"O isolamento é um índice importante, mas é também uma das medidas", afirmou David Uip, que é o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.

Medidas e pressão por abertura do comércio

Além das rusgas com o Governo Federal, Doria também tem lutado contra pressão de prefeitos, como Jonas Donizette, de Campinas.

O prefeito do PSB falou em entrevista que espera que o governador 'ouça os prefeitos' e antecipe a flexibilização da quarentena por achar que a 'população estaria esgotada' de tais medidas.

"Não estou preocupado com isso de empatia ou de simpatia. Estou preocupado é em salvar vidas", declarou o governador paulista.

A partir desta quinta-feira (7), um decreto obrigará o uso de máscaras em todo o estado para quem sair de casa. João Doria declarou que as prefeituras se encarregarão de fiscalizar o uso do material, afirmando que a Polícia Militar não participará de tal ação.