Ainda bem que não era período de feriado prolongado ou de meses em alta temporada turística. Mesmo que a constatação seja um pouco positiva, não dá para virar os olhos e esconder que a sexta-feira, 15 de março, foi um conjunto de perrengues vividos por aqueles que precisavam de um avião para chegar a um compromisso ou voltar para casa.

O Aeroporto de Congonhas viveu uma tarde lotada: tanto de pessoas quanto de reveses. Não bastasse o calor escaldante que paira sobre a metrópole de São Paulo, muitos se queixavam de falta de ar-condicionado. Por isso, sentiam-se ansiosos em pegar seu voo e garantir um lugar confortável no assento.

Pela falta de cumprimento/pontualidade na saída das aeronaves, um dos aeroportos mais movimentados do país ficou sem energia elétrica, em pleno Dia do Consumidor, por cerca de uma hora e meia.

Horário ingrato

A multidão que aguardava nos corredores foi pega de surpresa pela pane elétrica. Entre aproximadamente 14:30 e 16:00, milhares ficaram sem saber o que acontecia. Estavam acuados entre a promessa de se deslocar pelo ar e a falta de informações no solo.

Com a torre de controle sem abastecimento de energia, não há andamento nos pousos e decolagens. Uma questão de segurança para os passageiros e para o próprio aeroporto.

Sem possibilidade de funcionamento, 28 voos não fizeram decolagem de Congonhas e outros 19 tiveram que buscar destinos alternativos.

Viracopos, Galeão e Confins foram os mais demandados, enquanto não se resolvia o caos instalado no aeroporto paulistano.

Identificado o autor

Segundo o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), um órgão ligado à Força Aérea Brasileira, a falta de luz se originou por volta das 13:59, numa ocorrência de fogo em uma linha de transmissão na região de Congonhas.

Esse evento anômalo também atingiu parte da Av. Washington Luís, a qual margeia o Aeroporto de Congonhas e liga a zona sul ao centro e zona norte de São Paulo.

Consultada, a concessionária Enel, responsável pelo abastecimento elétrico, reconheceu o problema e disse que “realizou manobras em sua rede e atuou para restabelecer o serviço.” Ela se comprometeu a apurar as causas do incidente.

Por sua vez, a Aena, empresa que administra Congonhas, declarou que acionou os geradores de emergência. Ainda assim, quem estava lá dentro relatou um calor insuportável, pois os aparelhos de refrigeração não funcionaram.

Esse lapso de energia transformou o aeroporto num grande aglomerado de gente, mesmo após o restabelecimento da luz.

As consequências eram sentidas após duas horas da volta da energia: filas quilométricas, check-in sem ordenamento e busca por informações sobre voos. Com tanta gente dentro da área de embarque, o registro de empurra-empurra foi algo evidente.

Tudo e todos alterados

No final das contas, a Aena revelou 14 cancelamentos, 25 decolagens abortadas e 13 voos que foram obrigados a pousar em aeroportos vizinhos.

O posicionamento das principais empresas aéreas teve como ponto de afinidade a prestação de serviços adequados aos clientes, diante da ocorrência incomum. Algumas realocaram passageiros em outros voos.

A Azul lamentou os transtornos causados nesta sexta-feira atípica. Por sua vez, a Latam foi mais enfática e realista em seu comunicado: “Esta é uma situação totalmente alheia ao controle da companhia (...)”.