O Brasil vive um dos momentos de maior efervescência política dos seus últimos cinquenta anos. Com a internet e a utilização das ferramentas de divulgação em massa, como as redes sociais, fizeram surgir novos formadores de opinião e um deles é Felipe Neto.

Felipe Neto ataca Chico Buarque

Dono do canal Parafernalha, o youtuber chama um dos maiores ídolos da cultura popular brasileira de imbecil, o cantor e compositor Chico Buarque.

Tudo isso porque Chico apoia a permanência do governo Dilma que anunciou a indicação do ex-presidente Lula a chefe da Casa Civil no seu governo. 

No vídeo divulgado em seu perfil no Facebook, Felipe Neto diz que "Dilma escarrou na sociedade ao aceitar Lula como Ministro chefe da Casa Civil". A internet nos traz uma discussão mais aprofundada sobre o papel de mediação social que um veículo midiático deve ter. Felipe hoje responde por uma imagem e um canal (Parafernalha), e por mais que a profissão youtuber não seja regulamentada, em uma visão macro, é um produtor de notícias. Assista o vídeo:

O estado político é de crise, e já havia sido anunciado nas últimas eleições.

Chico Buarque é um ativista político que tem história de resistência através da cultura durante a ditadura militar. Deparar com o vídeo de um jovem branco de classe média que inclusive já morou muito tempo nos EUA ridicularizando um cantor com dezenas de anos de carreira é muito brilhantismo e a internet tem essa lado ruim da coisa. Se por um lado ela é um processo de democratização da informação, de outro ela serve para mostrar que nem todos são comunicadores, nomeadamente, o youtuber Felipe Neto. O vídeo é agressivo e recheado de palavrões em um discurso claro de ódio.

Tudo que acontece hoje no Brasil reproduz o cenário idêntico ao que o país viveu momentos antes de iniciar o período de ditadura militar.

Nesta semana diversos manifestantes, assim como Felipe Neto, estiveram presentes nas manifestações pró-Impeachment. Num dos episódios a fotografia de uma babá negra carregando o carrinho para seus patrões de pele branca retrata a realidade da desigualdade social brasileira.