Na convivência social, seja na família, na escola, na igreja, ou na empresa, há três tipos de pessoas: o Colega, o companheiro e o Amigo.

O colega é aquela pessoa com quem temos uma relação profissional. Um professor, por exemplo, é colega de outro professor; um jogador é colega de outro jogador; um médico é colega de outro médico; um empresário é colega de outro empresário; e assim sucessivamente. O que aproxima as pessoas neste caso é a profissão e nada mais.

O companheiro é aquela pessoa com quem temos certa afinidade, com quem temos um modo de pensar, um modo de agir, um modo de ser e de gostar neste caso, tudo por coisas e objetos semelhantes.

O amigo é aquela pessoa com a qual nós temos a coragem de abrir o coração para falar das coisas íntimas, das confidências, das angústias, das coisas delicadas, das coisas mais importantes e das coisas bobas.

O amigo é amigo porque sabe ouvir todas essas coisas, por mais estranhas que possam ser, e mesmo assim, continua ao nosso lado. O amigo dá palpites, briga, puxa as orelhas; tudo isso porque é amigo. O verdadeiro amigo é fiel e merecedor de nossa total confiança.

A amizade é tão rara, que a Bíblia chega a dizer que: “quem encontrou um amigo encontro um tesouro”.Por outro lado, há pessoas que dizem que é melhor viver sozinho do que mal acompanhado. Na verdade, essas pessoas não sabem o verdadeiro valor da amizade.

Para Platão, “a amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”.

Apesar de vivermos em uma sociedade que não valoriza a amizade, ela serve como balsamo para muitos problemas psíquico-sociais. Especialistas afirmam que a amizade faz bem ao coração, combate a solidão e ainda ajuda na prevenção do mal de Alzheimer.

A verdadeira amizade surge, na maioria das vezes, de simples gestos, de atitudes proativas, de um sorriso, de um aperto de mão, de um abraço, de uma gentileza. Também pode surgir de um puxão de orelhas, de uma discussão, etc.

Com o aumento da violência na sociedade atual, seja no campo ou na cidade, estamos perdendo a confiança no ser humano e, consequentemente, não estamos mais fazendo amizades.

Ninguém confia mais em ninguém e uma guerra de todos contra todos parece se estalar no convívio social.

Se a sociabilidade é o que nos identifica como espécie, precisamos urgentemente construir laços de amizades sinceras, amizade que dignifica, que valoriza, liberta e eleva a pessoa a humana e não amizades que menospreza e instrumentaliza o outro.

Enfim, superar a mera relação existente entre o colega e o companheiro e caminhar em direção à construção do amigo verdadeiro deve ser a meta de toda relação humana.