Por mais que o assunto pareça velho, não é. A Filosofia é e sempre será um assunto da ordem do dia. Todos falam de filosofia. Do jogador de futebol ao político, do empresário a dona de casa. Fala-se muito em filosofia. É filosofia do time, da empresa, da igreja, filosofia disso e daquilo. E tudo isso é muito bom. O problema é que a maioria das pessoas não sabe o que realmente significa filosofia.

Em primeiro lugar, filosofia não é território sem lei. Não é simplesmente citar frases prontas e acabadas. Muito menos o é falar ou escrever coisas complicadas e fora da realidade, que ninguém entende.

Também não é ciência, se for, é humana. Não é Pensamento puramente racional. Também não é emoção. Filosofia é o existir humano em forma de poesia. Ou como disse Marilena Chauí, “é a arte do bem viver”.

Em segundo lugar, nem todo ser humano pode ser considerado um filósofo. Ainda mais na sociedade atual, onde as pessoas estão perdendo a capacidade de admirar-se. Por isso, tem razão o filósofo norueguês Jostein Gaarder quando diz que, “a única coisa de que precisamos para nos tornamos bons filósofos é a capacidade de nos admiramos com as coisas”.

Em terceiro lugar, é verdade que a filosofia aborda assuntos tão diversos e complexos quanto à própria vida. No entanto, é falso quando se afirma que a filosofia é coisa exclusiva dos gênios.

Desde as suas origens, a filosofia sempre foi abordada por pessoas simples, como eu e você, para resolver os problemas concretos da vida. A filosofia não pode ser vista fora da existência.

Acontece que aos poucos, com o passar do tempo, a filosofia foi se sofisticando, ganhando musculatura intelectual, se distanciando da própria vida.

Os filósofos profissionais, aqueles que lidam diretamente com a razão, deixaram de lado as explicações da vida cotidiana e a filosofia tornou-se abstrata, uma chatice. Mas o filosofar torna-se, assim, um meio para formular e resolver problemas reais.

Em quarto lugar, existem leis e regras do pensamento que atestam se uma ideia é filosófica ou não.

No Brasil, ultimamente, tem-se observado pessoas se intitulando “filósofo” com muita facilidade. Acontece que assim como em direito, medicina, odontologia, administração, etc., dadas as suas especificidades, para ser considerado um filósofo, também, existem exigências.

Enfim, filósofo é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes (Nietzsche).