De todas as atividades humanas, o trabalho é, sem dúvida, aquela que mais dignifica o ser humano. Ao olhar o trabalho de seus antepassados, o homem redescobre a si mesmo e tem a capacidade de construir a humanidade de “um novo jeito”.

No período medieval, o trabalho era tido como castigo. Só os escravos, os condenados, trabalhavam. Ao contrário, no Renascimento, que foi o processo histórico de transição entre o homem medieval e o moderno, destaca-se o potencial criador do homem.

Mais que um movimento de transição, o Renascimento representou uma tomada de decisão que rompeu definitivamente com a visão teocêntrica do homem e reestabeleceu o equilíbrio entre o mundo real e o espiritual.

Nessa época, por seu trabalho, o homem descobriu a imprensa e a pólvora, mudando a cultura e a guerra. Tais transformações se refletiram nas ciências, através do empirismo, que retratava a razão por meio de explicações científicas claras e objetivas.

Embora a sociedade atual caracterize-se por uma série de atividades laborais, ela apresenta um grande paradoxo: ausência de trabalho para todos. Isso se deve, principalmente, pelo crescente progresso tecnológico.

Sabe-se que trabalho, emprego e profissão são coisas distintas. No entanto, o desemprego é a forma moderna mais cruel de castigo humano. O desemprego é um golpe devastador, pois não é apenas a perda do dinheiro que dói, mas também a perda de significado e valor pessoal.

Ter um trabalho, pagar seus próprios gastos, beneficiar-se das estruturas de vida profissional e de seus aspectos sociais não são fatores incidentais, visto que dedicamos grande parte de cada semana a nossa ocupação. O trabalho é condição essencial da vida humana e vida digna.

Segundo João Paulo II, “É mediante o trabalho que o homem deve procurar o pão cotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade”.

O importante é que no trabalho, não importa qual seja, deve-se observar sempre a dignidade humana. Por outro lado, se o trabalho – nos diversos sentidos da palavra – é uma obrigação, isso é um dever, ele é, ao mesmo tempo, fonte também de direitos para o trabalhador.

Enfim, é o respeito ao vasto conjunto de direitos do trabalhador que constitui a condição fundamental para a paz no mundo contemporâneo, quer para a paz no interior de cada país e sociedade, quer para a paz no âmbito das relações internacionais. Salve o 1º de maio, viva o Dia do Trabalhador!