Deste os tempos pré-históricos, o ser humano constrói no mundo as suas próprias coisas. Ao conjunto de coisas construídas no mundo que se distinguem por revelar capricho, talento, perícia, beleza, encanto, graça, perfeição, sensibilidade, eficiência, pode-se chamar de arte. Desse modo, arte é tudo aquilo que representa e manifesta a expressão criativa da humanidade.
A arte não apenas revela e expressa nossas emoções e sentimentos, por exemplo, de agradável ou desagradável. A arte também manifesta fatos, acontecimentos. Segundo Marilena Chauí, no seu livro Convite à Filosofia (2004), duas concepções predominam no decorrer da história das artes, concernentes às finalidades e funções da atividade artística: a função expressiva e a função pedagógica.
Por outro lado, Max Weber (1864-1920), que foi um importante sociólogo, pioneiro no estudo científico da sociedade, jurista, historiador e economista alemão, afirma que a arte é o caminho que conduz à verdadeira natureza.
Weber acreditava que a função do sociólogo é compreender o sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Ou seja, para Weber, a arte inicia o processo de entender seus próprios significados: a estética, a criação artística, as diferentes linguagens da arte, sem mais referir-se à religião ou à política para tal.
Dessa forma, Weber afirma que a sociedade só pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientando-se pela ação de outros.
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações com os demais. Weber estabeleceu quatro tipos de ação social: ação tradicional, ação afetiva, Ação racional com relação a valores e ação racional com relação a fins. Estes são conceitos que explicam a realidade social, mas não são a realidade social.
Portanto, de acordo com Weber, as diferentes esferas de existência, por abrigarem diferentes ações, estão pautadas, por isso, por distintas racionalidades. O que é racional na esfera da economia, por exemplo, não necessariamente é o racional no interior da esfera artística. Essa noção de distintas racionalidades é chave para entender como, através de Weber, se pode compreender as relações entre arte, política e economia, por exemplo.
Segundo Weber, o objeto da sociologia é uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que norteiam a referida análise. No entanto, uma vez iniciado o processo de racionalização, se amplia a “nitidez de significados”, antes mesclados e indistintos. A ação racional, dessa maneira, tem a ver com a capacidade do agente de depurar esses significados e agir de acordo com eles.
Max Weber acreditava que a cultura é um segmento de significação que permanece irredutível à natureza e qualquer proposição de retorno à natureza é absolutamente contrária a uma civilização concreta. Ou seja, o seu interesse não é, portanto, descobrir regras universais para fenômenos sociais. Mas caminhar em busca de leis causais, as quais são suscetíveis de entendimento a partir da racionalidade científica.