O deputado federal pelo Rio de Janeiro Jair Bolsonaro (PSC) vem provocando um grande burburinho no atual cenário político brasileiro, após se lançar, antes mesmo do tempo eleitoral, como pré-candidato à presidente nas eleições de 2018. Ele também carrega grande polêmicas envolvendo seu nome e também é citado nas pesquisas como o grande oponente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num provável segundo turno no ano que vem.
Porém, o deputado tem se apresentado como um candidato não muito preparado para o cargo almejado. Então, veja três possíveis motivos que o levarão a perder a corrida presidencial de 2018:
1º - Despreparo nas discussões sobre política
Jair Bolsonaro em suas entrevistas sempre se destacou por se posicionar a favor de temas polêmicos, como liberação do porte de armas, oposição contra do debate de gêneros, entre outros. Porém, quando o assunto se trata de política, o que realmente importa para um candidato ao maior cargo do poder executivo do país, ele tem se demonstrado totalmente despreparado.
Em uma recente entrevista ao vivo no programa da jornalista Marina Godoy, na Rede TV!
, quando questionado sobre economia, ele não soube responder, titubeou e acabou defendo a ditadura militar, o que causou tanto um desconforto a jornalista, quando se tornou motivo de chacotas no país inteiro.
O que aparentemente se nota é que ele tem um total despreparo sobre políticas púbicas, como saúde, educação, segurança, economia e programas sociais, pois ele pouco aborda isso em seus discursos. Quando aborda, não consegue convencer sobre seu total domínio sobre os temas, o que causa uma possível inconstância no cargo de alguém que quer governar um país com um cenário atual de crise e de descontrole em todas as políticas públicas causadas pelas reformas de leis que estão cortando os direitos da população ou diminuindo os investimentos em educação, saúde e assistência social.
2º - Frases de efeito não ganham campanha
Pelo contrário, frases efeitos são totalmente prejudiciais a um candidato, pois elas tanto podem lhe gerar fãs como também grandes inimigos. Um exemplo disso foi candidato à presidência em 2014 Levy Fidelix (PRTB), que soltou uma pérola em um debate na TV dizendo que aparelho excretor não reproduz, fazendo alusão de que o sexo entre gays não reproduzia.
Isso, além de causar um desconforto no debate, também lhe trouxe uma imagem muito negativa entre milhões de brasileiros que são homossexuais e seus familiares, Há também o caso de Luciana Genro (PSOL), que no final de sua manifestações nos debates, mesmo não questionada, dizia frases como "eu sou a favor e legalização das drogas", "eu sou a favor do aborto", "eu sou a favor do casamento gay."
Esses temas são tidos como da extrema esquerda, mas que merecem o debate na sociedade, só que a repercussão delas foi muito negativa entre uma boa parcela da sociedade brasileira, que ainda os tinham como tabu.
Então, percebemos que as frases de efeito de Bolsonaro, como "bandido bom é bandido morto", "mulher tem que receber menos porque engravida", "tem que liberar arma para todos os cidadãos de bem", "eu sou contra o casamento gay", "eu sou a favor da família tradicional", "casal é só homem e mulher", entre outras, apenas geram inimigos entre a maioria da população, que se sentirão ofendidos por alguma delas. Os eleitores também perceberão que esse discurso sensacionalista é apenas para desviar o foco do real debate político do qual ele não apresenta real saber.
3º - Fragilidade político partidária
Por ser um político que se envolve em muitas polêmicas com seus discursos extremistas, muitos partidos não o querem na sua base e nem fazer parte da sua base, pois podem ficar com uma imagem negativa nessa união.
Até mesmo o seu atual partido decidiu não o lançar como presidente devido ao seu posicionamento.
Então, sua coligação terá pouco tempo propaganda política de rádio e TV devido à pequena coligação, o que não dará oportunidade dele disseminar o seu discurso muitas vezes homofóbico, machista e racista, pelo qual nos três casos ele já foi processado, julgado e condenado a pagar multa por ter cometido.
Num país branco, rico e elitista como os Estados Unidas é fácil manter um discurso igual ao de Donald Trump e ser eleito, mas num país como o Brasil, em que a maioria da população é feminina, negra e de baixo poder aquisitivo, um país aonde existe uma grande pluralidade de gêneros, etnias, religiões e muita diversidade, é difícil se manter bem numa disputada presidencial apoiando um discurso que vai totalmente contrário do que é a realidade.
Então, ele provavelmente vai ser odiado pela maioria da população brasileira que se encaixa no discurso do qual ele é a favor.
Portanto, esses três pontos são cruciais numa campanha para presidência, e o pré-candidato está totalmente desfavorecido em todos os casos. Isso leva a crer que ele poderá perder a próxima eleição para presidência.