No último sábado (16), foi realizado o primeiro encontro da União Nacional dos Estudantes Conservadores (Unecon), coordenado pelo deputado Douglas Garcia (PSL-SP), de 25 anos de idade. Segundo o coordenador, atualmente, as universidades seriam tomadas por uma "ideologia de esquerda totalitária, ditatorial". O parlamentar afirma querer ter um núcleo da Unecon dentro de cada faculdade, para que os estudantes pudessem vir a se fortalecer e defender suas bandeiras.

O encontro ocorreu na Rua Vergueiro, zona sul de São Paulo, em um salão no quarto andar de um prédio baixo.

Teve a participação do universitário Nicolas Ferreira, de 22 anos, que, em seu discurso – feito com bastante raiva de seus professores da PUC de Belo Horizonte - se mostrou a favor da ideologia de “direita” comparou o feminismo ao nazismo. A crítica foi usada ao se referir à eventual legalização do aborto, uma vez que, segundo ele, a quantidade de crianças mortas no ato do aborto equivaleria ao mesmo número de crianças eliminadas na segunda Guerra Mundial. De acordo ao universitário, os números provariam a proximidade entre aborto e Holocausto. Assim como o evento também teve a presença de quatro jovens – vestidos com calças camufladas e camisas justas no corpo – montando guarda na porta. De acordo com o bombeiro civil Caio Santana, de 20 anos, eles estavam ali para poder evitar qualquer tumulto que viesse a acontecer.

Alunos mostram apoio a Jair Bolsonaro (PSL)

Assim como o universitário Nicolas Ferreira e o coordenador Douglas Garcia, todos os presentes se mostraram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o guitarrista André Silva, o fato de o presidente não dar ouvidos ao que falam sobre ele seria a maneira de manter o governo forte.

E, ainda, a vocalista Natália Oliveira, de 26 anos, indaga: "Quem disse que roqueiro não pode ser conservador?".

Em determinado momento do encontro, após muitos comentários e discursos realizados, ocorreu a “gincana de adivinhações”. Os jovens foram divididos em dois grupos e a organização propôs que fizessem um teste de conhecimentos gerais com os que ali estavam.

Contendo perguntas como: "qual estadista conservadora britânica era conhecida como a dama de ferro?", ou então: "quem escreveu a obra Casa Grande e Senzala?".

A mão de um dos voluntários do encontro – que se localizava cerca de cinco metros de ambos os grupos, com os braços esticados horizontalmente no ar - deveria ser tocada, com agilidade, pelo participante que soubesse a resposta correta. Ao fim da gincana, o ganhador do prêmio foi um dos integrantes do grupo vencedor, que fora escolhido por sorte, visto que todos os integrantes foram enumerados. Um número foi escolhido para ser o ganhador do livro “A Verdade Sufocada”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932 – 2015).

O vencendor foi Jamerson Carlos Lopes, um pedreiro maranhense de 20 anos de idade que não tinha conhecimento nenhum acerca de quem era Carlos Alberto Brilhante Ustra. O coordenador do encontro afirma que a escolha do livro não teve a intenção de criar polêmicas.