O francês René Descartes (1596-1650) é considerado o pai da matemática cartesiana e da filosofia moderna. Toda a sua infância foi marcada pelos ensinamentos jesuítas. Na juventude, formou-se em direito pela universidade de Poitiers, em 1616. Contudo, passou a dedicar-se aos estudos da matemática e da filosofia. Para tal, passava horas em seu quarto dedicando-se a tais trabalhos.
Com um ceticismo aflorado em seu método investigativo, no qual tinha como o princípio da dúvida de tudo o que lhe era dito e lhe rodeava. Teve suas obras proibidas pela Igreja Católica por serem consideradas como heréticas.
Em uma de suas citações, Descartes ressalta que o sonho se confunde com a realidade de modo que deseja que tudo seja falso, porém algo era real, algo existia ao passo que observava em sua reflexão que o ato de pensar sobre esse assunto já era suficiente para perceber sua existência.
O filósofo desenvolveu o racionalismo cartesiano, no qual mostra que as verdades são encontradas nas abstrações e na consciência, apesar de, na época, a Ciência ser questionada por acreditar-se falha. René se coloca no papel de legitimá-la e mostrar ao homem que é possível conhecer o mundo real.
Entretanto, mesmo nesse método descartes coloca três argumentos da dúvida cartesiana, são elas: a ilusão dos sentidos (não é possível confiar nos sentidos), argumento dos sonhos (não distingue-se o mundo externo do interno) e o gênio maligno (deus ou demônio interno capaz de influenciar os homens para o bem ou para o mal).
Descartes tinha dúvida de tudo, e defendia essa ação. Contudo, havia uma única certeza: impossível duvidar do pensamento. O que originou sua mais famosa frase “penso, logo existo”.
Do 'Penso, logo existo' Descartes encontrou Deus
Muitos no mundo atual tendem a duvidar da existência de Deus. Contudo, o matemático e filósofo René Descartes no século XVI já afirmava a existência de Deus numa concepção lógica do pensamento humano.
Para ele é natural que o homem tenha uma ideia de Deus como sendo um ser perfeito e infinito, porém o homem não consegue imaginar com clareza a ideia da perfeição por si só. Portanto, a ideia da perfeição é inata que surge porque Deus a colocou no indivíduo. Portanto, está é a marca que o Criador deixou em sua obra.
Para o filósofo há uma ponte entre o pensamento subjetivo e a realidade objetiva.
Assim, sua base de estudo surge de três tipos de ideias: as inatas (adquirida no nascimento, não sendo adquirida pela experiência), as adventícias (através da experiência) e as factícias (formadas na mente a partir de outras ideias).
Assim com base na percepção de si, o homem compreende e fideliza sua existência. Dessa percepção compreende-se o eu como pensante na perfeição e no infinito e nesse sentido tem-se a ideia de um Deus criador do mundo real, ambos existentes.